AGULHAS NUM PALHEIRO (parte dois ) Parceria com Vany Grizante

A historia é primeiro trabalho em parceria da dupla G...

Vany Grizante e Pedro Galuchi.

Está dividida em quatro pequenos capítulos..

Tudo começou com uma discussão entre dona Agulha e seu Alfinete

(veja o capitulo anterior)

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(Parte dois)

(Alfinete): Comece falando das agulhas que furam bexigas em festas infantis!

(Botões): Ah ah ah ah ah!!!

(Zíper): Ah! Não alfinetem...

(Tesoura): Essa conversa está muito cortada...

(Pano) – Cama, gente. Vamos por panos quentes.

(Agulha): Bem, eu tinha uma antepassada que era bem grossa, mas gente finíssima. Costurava couro. A meninada adorava. Fazia bolas de futebol. Hoje estão aposentadas.

Só que tem gente má. Usa a agulha para fazer isso que o Alfinete falou. Eu ficava muito triste com um senhor que tinha uma agulhona para furar a bola dos meninos na rua.

Eu via, quietinha, lá do balaio da dona Costureira e ficava com uma vontade de chorar.

O seu Alfinete até que tem razão. Minha família é muito individualista! Geralmente estamos sempre solitárias. Mas tem algumas de nós que trabalham em grupo.

(Alfinete): Que nem nós! Que nem nós!

(Tesoura): Mais ou menos né? Já viu alguém fazer tratamento de acupuntura com alfinetes? Corta essa.

(Agulha): Isso mesmo. Lá na China há familiares nossas aos montes. Então, os chineses aprenderam a usá-las em grupos para aliviar dores, males de coluna, TPMs e outras mazelas...

(Dedal) – Haja paciência pra aguentar tanta espetada!

(Carretel) – Não dói não, Dedal. As agulhas são bem fininhas. Minha tia Corda fez acupuntura por causa de seus problemas de sono.

(Dedal) – Ela dorme mal?

(Carretel) – Não, mas acorda mal disposta...

(Botões, em uníssono): Ah Ah Ah Ah Ah!!

(Agulha) - Tenho outras parentas que tem buraquinhos que salvam vidas... Não fossem eles não se aplicavam injeções, nem se administrava soro. Ouviu, seu Alfinete?

(Dedal) – Posso meter o dedo onde não sou chamado? Você é parente também daquelas agulhas que costuram a pele?

(Alfinete) – Ai! Costuram pele? E isso não se chama tortura?

(Agulha) – Não. Chama-se sutura. São agulhas altamente especializadas.

(Zíper) – Verdade! Um irmão meu que trabalha na calça de um médico me disse isso. Tem tortas, grossas, afiladas, em formato de anzol... E parecem mesmo uns instrumentos de tortura!

(Dedal) - Credo! Estou ficando arrepiado!

(Agulha) – Mas salvam vidas.

(Linha) – A gente vai sempre junto, não é, dona Agulha?

(Agulha) – Verdade! Só fico um pouco chateada porque esse pessoal que usa jaleco branco nos tratam como descartáveis! Eles nos usam e jogam fora...

(Alfinete): Nós somos recicláveis, enquanto vocês, agulhas, quebrou tem que jogar fora mesmo!

(Zíper): Nessa caixa, tirando as linhas e o pano, todos nós somos recicláveis. Continue, dona Agulha.

(Alfinete) – Você não vai falar que também é usada para fazer o mal? Fala que usam vocês para se drogarem...

(Carretéis, cochichando): Que fio da mãe!...

(Agulha) – Verdade, Sr. Alfinete. Infelizmente, todos nós podemos ser instrumentos para o bem ou para o mal. Alguns irmãos de dona Tesoura já cometeram crimes...

(Tesoura, derramando uma lágrima) – Nem me fala... Vamos cortar essa parte?

(Pano) – Tesoura, me usa aqui senão você vai enferrujar.

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(continua amanhã)

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 28/01/2010
Reeditado em 28/01/2010
Código do texto: T2055515
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