O ENTERRO DO SAPO  -  Cap. VI



introspectiva. Seu ar de mistério era motivo de conjecturas por parte dos pequenos. Liviva era diferente. Ela brincava com eles, subia em árvores, participava das iniciativas deles. O problema era que ela ia todos os dias à escola. Por isto não podiam contar sempre com sua companhia, como agora. Às vezes eles brigavam, mas logo voltavam às boas.

Os três foram pra janela e de lá observavam o estrago causado pelo temporal. Era grande o número de galhos caídos em volta das árvores. Menina pensou na mata em volta da chácara, imaginou os animais feridos. Como será que os animais faziam para proteger-se das tempestades? Seus pensamentos foram interrompidos pelo miado do gato Paizinho que pedia para sair. Não demoraria a escurecer. O gato era como um relógio, todos os dias, no mesmo horário, saía para a mata. 

Saltando da cadeira, ela foi até à porta e abriu-a. O gato saiu pra varanda e lá fora se espreguiçou longamente; agora ele só voltaria depois do jantar. Menina fechou a porta e comentou com Zico:

_ Sabe, moço! Acho que hoje não vai dar pra gente ver a árvore. Ainda está choviscando. Daqui a pouco tempo vai ficar de noite, que chato!

_Ah! Moço! Então vamos amanhã bem cedo - respondeu Zico.

Liviva, ouvindo a conversa acrescentou:

_ Oba!! Eu também vou. Amanhã não tenho aula.

Os pequenos, sem noção muito clara de tempo, para eles todos os dias eram iguais, ficaram curiosos e perguntaram quase ao mesmo tempo à irmã.

_ Por que você não vai ter aula amanhã?

_ Porque amanhã é sábado.

_ E o que tem no sábado? - quis saber Menina. Liviva se achou muito sabida diante da ignorância da irmã e assumindo ares de importância, respondeu:

Continua...
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 17/07/2008
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