O ENTERRO DO SAPO - Cap. IV




chuviscos finos. Felizmente os trovões haviam cessado. Menina não via à hora de ir lá fora, mas sua avó nunca deixaria.

Maria entrou na sala e anunciou que a merenda estava pronta. Menina pegou o gato Paizinho, que dormia numa cadeira e acompanhou as irmãs. Zico já estava em seu lugar à mesa. Sentando-se ao lado dele, ela pediu café para a empregada.

_” Minino num bebi café, ocê sabi. Só si fô misturado cum leite. A vó doceis já deu ordis pra num dá.”

_ Você é muito chata, Maria! Não faz nada do que eu peço.

Zico intrometeu-se na conversa, tentando ajudar a irmã.

_ Maria, por que você não dá leite com açúcar para o moço, como faz pra mim?

_ “Ocê acha qui ela vai querê? Essa Minina é muito injuada.”

Menina resolveu fazer sua própria defesa.

_ Eu não sou enjoada e também não gosto de leite com açúcar. Isso é bebida de gente pequena.

_ Moço! A vovó fez bolinhos com canela e açúcar. Vamos dar um pouco para os nossos gatos? – interrompeu-a, Zico.

O garoto era assim. Fazia de tudo pela paz, mas também não gostava de ver a irmã chateada. Menina, por sua vez, compreendeu a intenção do garoto e tratou logo de mudar de humor. Dirigindo-se a todos, convidou:

Quando a chuva acabar vamos lá fora ver a árvore do raio? Eu quero ver quem morreu!

Latide, a irmã mais velha, foi logo recusando. Disse que aquilo era bobagem. Liviva gostou da idéia e concordou.

_ Eu quero ver a árvore por dentro! - disse Zico.
Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 16/07/2008
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