ENTARDECER
Cai a tarde lenta, cinzenta, calada,
E eu só, cismando, olhando a estrada,
Parece me levar a nenhum lugar.
Nessa densidade - saudade multiplicada,
Sinto uma dor de Florbela na alma desalada.
Uma vontade insana de chorar.
Mas, a dor é tão tirana, tão enviesada,
Que a lágrima se esconde do meu olhar.
- - - - - - - - - -
CLARIDADE
Limpo os olhos da poeira da estrada,
que impede de melhor eu enxergar
o que está do outro lado do mar.
Foram tantos os passos a desgarrar
que, parece-me, caminhava em meio ao nada
na visão que se fazia embaçada.
A chuva lavou-me o rosto, vejo agora.
Lá ao longe já desponta u'a nova aurora.
(HLuna)
Cai a tarde lenta, cinzenta, calada,
E eu só, cismando, olhando a estrada,
Parece me levar a nenhum lugar.
Nessa densidade - saudade multiplicada,
Sinto uma dor de Florbela na alma desalada.
Uma vontade insana de chorar.
Mas, a dor é tão tirana, tão enviesada,
Que a lágrima se esconde do meu olhar.
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CLARIDADE
Limpo os olhos da poeira da estrada,
que impede de melhor eu enxergar
o que está do outro lado do mar.
Foram tantos os passos a desgarrar
que, parece-me, caminhava em meio ao nada
na visão que se fazia embaçada.
A chuva lavou-me o rosto, vejo agora.
Lá ao longe já desponta u'a nova aurora.
(HLuna)