Um grupinho delas em complô no meu sofá
Numa alegria contagiante e tomando meu chá
Cruzavam as perninhas e fofocavam de formigos
Os que davam bola e os que eram inimigos
E me convidaram para o chá provar
Coisa de louco, chá da tarde com formigas tomar
Mas deram um jeito e se chegaram para lá
Naquele enorme sofá
E me perguntaram por que eu tanto as odiava?
Se somente comiam o açúcar que sobrava
Mas lembrei que comeram o meu lanche de peito de peru
E não posso mencionar aqui onde eu mandei elas tomar......
Daí lembrei a elas que eu enganei uma colônia inteira
Fingindo que o sal era açúcar na panela sorrateira
Chorando, me segredaram
Que com lágrimas a todas enterraram
Mas algumas estavam tão torradas
Que tiveram que ser imediatamente cremadas
Não me convenci por serem carnívoras
Confiaria mais e mais respeito teria se fossem herbívoras
Descruzaram as perninhas, desconfiadas
Que desta vez de novo não me convenceriam de nada
Para ser mais gentil e mostrar empatia
Pedi para subirem no prato... mas as despejei no ralo da pia
Affff
Não confio nesta raça sentada no meu sofá
Com a desfaçatez de ainda usarem o meu chá
Vão se catá!