Um grupinho delas em complô no meu sofá

Numa alegria contagiante e tomando meu chá

Cruzavam as perninhas e fofocavam de formigos

Os que davam bola e os que eram inimigos

 

E me convidaram para o chá provar

Coisa de louco, chá da tarde com formigas tomar

Mas deram um jeito e se chegaram para lá

Naquele enorme sofá

 

E me perguntaram por que eu tanto as odiava?

Se somente comiam o açúcar que sobrava

Mas lembrei que comeram o meu lanche de peito de peru

E não posso mencionar aqui onde eu mandei elas tomar......

 

Daí lembrei a elas que eu enganei uma colônia inteira

Fingindo que o sal era açúcar na panela sorrateira

Chorando, me segredaram

Que com lágrimas a todas enterraram

 

Mas algumas estavam tão torradas

Que tiveram que ser imediatamente cremadas

Não me convenci por serem carnívoras

Confiaria mais e mais respeito teria se fossem herbívoras

 

Descruzaram as perninhas, desconfiadas

Que desta vez de novo não me convenceriam de nada

Para ser mais gentil e mostrar empatia

Pedi para subirem no prato... mas as despejei no ralo da pia

 

Affff

 

Não confio nesta raça sentada no meu sofá

Com a desfaçatez de ainda usarem o meu chá

Vão se catá!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 25/08/2022
Reeditado em 27/08/2022
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