O cheirinho do meu café
Falo a verdade e aqui não é besteira
A água no fogo, crepitando na chaleira
Logo o aroma espalha-se pela casa inteira
Fazendo o vizinho dar bom dia quando volta da feira
E à porta vislumbrando a cidade, sorvo o café
Ajeito a camiseta, a cinta e o boné
Ali na rua onde passa o senhor Aimoré
Vai sorrindo a todos, “pros rapais e pras muié”
Uns veem à minha porta me pedir um gole
Dou um pouco só, para não dar mole
Se não vou passar café pra toda a prole
Já estou a mil e ninguém que me console
Nessa cidade caipira onde até professor fala errado
Dizem que somos assim mesmo, levados como gado
Mas aqui estou novamente e de bom grado
Passando mais café, dessa vez um pouco aguado