O egoísta vivendo sozinho!

Um andar inteirinho só para mim

E vou vivendo sozinho e feliz assim

Usando tanto espaço para na vida pensar

Quase fico feliz de não ter vizinho para me incomodar

Já pensei em colocar cadeiras e convidar para um vinho

Não será ninguém ao lado porque não tenho vizinho

Na mesa estará uma boa safra de uma cor forte

Poderá ser uma linda garota, se eu tiver sorte

Na maldade peculiar ao ser humano: “que não venha ninguém ali morar”

Porque se vier alguém não terei mais por onde andar

Tantas portas trancadas e nenhuma música, nem um som

Acho tudo isso lindo, somente o meu barulho, tudo isso é muito bom

Desço as escadas feliz e já contei algumas dezenas

Nada a fazer além de aproveitar essa quarentena

Subo e desço para os músculos das pernas treinar

Sessenta metros quadrados é muito espaço para morar

Os donos nem moram mais aqui, estão com medo do vírus chinês

Não fazem questão nenhuma, apartamento vazio mais uma vez

Passo em frente à sua porta e não mais: “bom dia, senhor!”

Deve estar “sofrendo de pandemia”, sofrendo de terror

Mas o sonho de ir embora para pertinho da “CIDADE GRANDE” morar

Se aproxima cada vez mais, penso em tudo, até voltar a amar

E ali serei mais eu pois preciso do conhecimento, preciso da sabedoria

Preciso de tudo: do barulho, do silêncio, de livros, e poesia!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 07/03/2021
Reeditado em 07/03/2021
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