CORONA DESAVERGONHADO

“Coisas e loisas da pandemia”

O Corona perdeu a crista

Já não há mal que lhe resista!

Apareceu meio à socapa

Duma forma quase imprevista,

Na cidade ou bairro de lata

O Corona perdeu a crista.

Matreiro, entre todos os vírus

Com o lugar cimeiro da lista,

Indiferente aos ais e suspiros

Já não há mal que lhe resista.

Corona desavergonhado,

Observando de cima a baixo

Pôs os cotos em todo o lado

Quer haja cuidado ou desleixo.

E se mais houvera d´ haver

Antes desertar que morrer.

Quis incomodar os ricaços

Mas sentiu-se desinfectado

E para não perder os passos

Fez-se mais desavergonhado:

Não querendo saber do perigo

Foi-se ao pobre e ao sem-abrigo.

Ficam-se a rir os Maiorais,

Julgando o vírus ser bizarria,

Vão-se às vivendas e aos quintais

Coisas e loisas da pandemia…

Qu´ a Santa Corona nos livre

De tão miserável Covide!

Se o Corona perdeu a crista

Com este vírus que gerou,

Não tendo mal que lhe resista

Sabe-se lá quem co´ ele lucrou?

Frassino Machado

In ODIRONIAS

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 18/11/2020
Reeditado em 18/11/2020
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