ARRISCANDO A VIDA POR INÊS

Inês, Inês querida, vê a hora,

Já raia o amanhecer, o galo canta,

O povo que trabalha se levanta,

E tu não me permites ir embora...

A noite é fria, eu sei; cá em teu leito

Eu tenho o teu calor que me conforta,

Porém o que dirão vendo um sujeito

Saindo assim noturno de tua porta?

Não vês que estamos nós dois no perigo?

Não lembras, já saí daqui maquiado

E ainda fui usando um teu vestido?

O disfarce funciona para o povo,

Mas se eu me deparar com um fato novo:

Se acaso eu encontrar o teu marido?

Serra, Espírito Santo 08/06/2018

Geraldo Altoé

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 09/06/2018
Reeditado em 09/06/2018
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