O vendedor de ilusões

Na praça onde sons se confundem
na balbúrdia correrias paulistanas
insano ritmo da megalópole pulsa

na algaravia de tantos ruídos
sobressaem-me aos ouvidos
doces cantilenas da sorte

pequeno periquito atende
com a música do realejo
retira no bico o bilhete

entrega para a consulente
o homem recebe da moça
e a moeda tilinta na caixa

ansiosa apreensiva
mensagem vaticina
futuras felicidades

grata ensaia um gesto
no afago na avezinha
encantada segue feliz

ao desempregado evasivas
os ensejos e melhores dias
sorri acalentando sonhos

para a senhora tristonha
da vida amarga solidão
alento novo esperanças

curioso comigo mesmo
questionei o que seria
se ousasse a consulta

percebi-me num átimo
censurado como pueril
e desapontado partia...
Poesias Africanas
Enviado por Mara de Andrade em 30/07/2017
Reeditado em 27/02/2018
Código do texto: T6069528
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