A formiga que trabalhava no inverno!
Surpreendentemente, lá estava ela em cima da pia
Primeiramente me olhou como quem desconfia
Eu também estava surpreso pela estação que ela labutava
Por isso por aquela atitude eu jamais esperava
Eu não resisti e perguntei um tanto fagueiro
Por que ela estava na minha pia e não no formigueiro?
Ela me olhou triste e desconsolada
E continuou trabalhando, era longa a jornada
Fui aos poucos ganhando dela a confiança
Para que não houvesse entre nós nenhuma desconfiança
E me propus a ajuda-la se ela tudo me contasse
E fazer tudo para deixa-la feliz, se de trabalhar parasse
Ela sentou-se, mordiscou um açúcar que na pia estava
E se pôs a contar como a situação no formigueiro andava
“--- A Rainha depois que se apaixonou
Nada mais quis da vida, não mais nos orientou”
“Era um grande prazer para ela trabalhar
Mas sabíamos que no fundo ela precisava era amar
E ainda viria o dia que ela não resistiria
E pelo coração, então, sucumbiria”
Expliquei, então, para aquele pequeno ser
Que a vida sem amor é um eterno sofrer
Que ela fosse mais paciente com a Rainha que ama
Porque se perde a cabeça quando acesa está a chama
Ela me sorriu triste e resignada
E intentou continuar a longa jornada
Mas ao ir embora me prometeu que quando alguém ela amar
Vai também parar com tudo e ao seu amor se dedicar!