A formiga que trabalhava no inverno!

Surpreendentemente, lá estava ela em cima da pia

Primeiramente me olhou como quem desconfia

Eu também estava surpreso pela estação que ela labutava

Por isso por aquela atitude eu jamais esperava

Eu não resisti e perguntei um tanto fagueiro

Por que ela estava na minha pia e não no formigueiro?

Ela me olhou triste e desconsolada

E continuou trabalhando, era longa a jornada

Fui aos poucos ganhando dela a confiança

Para que não houvesse entre nós nenhuma desconfiança

E me propus a ajuda-la se ela tudo me contasse

E fazer tudo para deixa-la feliz, se de trabalhar parasse

Ela sentou-se, mordiscou um açúcar que na pia estava

E se pôs a contar como a situação no formigueiro andava

“--- A Rainha depois que se apaixonou

Nada mais quis da vida, não mais nos orientou”

“Era um grande prazer para ela trabalhar

Mas sabíamos que no fundo ela precisava era amar

E ainda viria o dia que ela não resistiria

E pelo coração, então, sucumbiria”

Expliquei, então, para aquele pequeno ser

Que a vida sem amor é um eterno sofrer

Que ela fosse mais paciente com a Rainha que ama

Porque se perde a cabeça quando acesa está a chama

Ela me sorriu triste e resignada

E intentou continuar a longa jornada

Mas ao ir embora me prometeu que quando alguém ela amar

Vai também parar com tudo e ao seu amor se dedicar!

Paulo Eduardo Cardoso Pereira
Enviado por Paulo Eduardo Cardoso Pereira em 07/07/2017
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