PELAS NOITES DE TORRES

RETORNANDO AS NOITES DE TORRES

E AOS BRAÇOS DAS BELAS “Catitas”

Sinto-me mais faceiro do que lambari pulando em águas rasas de sanga

Mais contente do que aqueles setes patinhos nadando na lagoa

Mais faceiro muito mais faceiro do que gato que sai a noite

Para mais uma tentativa de apanhar aquela beleza de ratazana.

Porque em casa a que vem procurar o pedaço de queijo

Já não tem carnes tenras e nem tão saborosas!

Porém nesta minha faceirice tenho que tomar certos cuidados

Para que não apareça um plantador querendo desviar esta sanga

E assim tentar com ela, que é minha, abastecer sua lavoura

Onde provavelmente perecerei em terra seca!

Ou ainda, como um dos setes patinho nadando naquela lagoa

Não me apareça um caçador com cartuchos de chumbo grosso

E de tocaia, a tiros de espingarda, me abata sem piedade

Levando-me para servir de jantar a sua “família” esfomeada!

Sei também que preciso cuidar do velho gato enxerido

Que gosta de sair à noite vagando pelos telhados alheios

Aconselhando-o para que esqueça suas perseguições

Que vá espreitar em casa a sua “rata”, que procura

Pelo seu já quase desgastado pedaço de queijo

Que sossegue e vá descansar naquela sala quentinha

Esperando pela engorda em cima daquele conhecido saco.

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Do Livro - Elio Moreira - O HUMOR EM POESIAS.

Elio Moreira _ - Torres -_ RS

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 19/06/2015
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