Cão ou gato?

Eu, Fernanda e o Skank, essa é a família.

O Skank é um poodle branco de quase 17 anos. Quem o vê não acredita, ele caminha cheio de disposição, com porte altivo e passo firme. Apesar da catarata nos dois olhos, não dá sinais do problema, sem esbarrar em coisa alguma o danado tá é vendo tudo... E é manhoso...

Nosso filhote, que nem parece que é um velhote, é mal-humorado e brigador. Um encrenqueiro incorrigível. Também, até seus dois anos, foi criado junto de um casal de pittbulls. Coitado, não consegue se desvencilhar de seu passado de gladiador, o herói pensa que é jovem e que é dois, encara qualquer um. Fora isso, é meu filhote, meu parceirão, meu amigo e um dos meus amores.

Ele também é o dengo, o xodó da mamãe. Aí não tem tempo ruim e mal-humor. Não tem pra ninguém! A mamãe chega cheia de mimos: - Ô meu gute gute, meu bebê lindão, coisa mais linda do mundo... O que mais rola é: - Ô meu gato, meu gatão! Meu gatinho... E o foca aqui, se sacudindo de um lado pro outro, batendo as nadadeiras, fazendo bico pra ver se ganha um beijinho... Todo dia, há anos, essa sugestão massiva na cabecinha confusa do nosso pequeno Máximus: - Gato, gatinho, gatão!... Vocês acreditam que ele mia? Pois é, meu cachorro, mia!

Fernanda meu amor, veja o que você fez, injetou uma bela duma esquizofrenia nessa pequena mente perturbada! Não posso mais comer minha sardinha em paz! Não posso mais, nem imaginar preparar aquela massa que falta ingrediente! Antes, ele já havia invadido meus pensamentos e bebido todo o leite... Jesus! Tenho pesadelos com o Skank da cor da ferrugem, me chamando de John e me pedindo lasanha! Gente, não sou e não quero parecer preconceituoso, mas se meu garoto começar a brincar com um novelo de lã, deserdo!

Quer saber? De verdade, espero que nosso filhote tenha mesmo alguma coisa de gato: sete, nove ou mil vidas! Essa é a que eu, Fernanda e nossos entes temos o privilégio de ter seu convívio. As outras, se Deus permitir, vão encher lares e corações endurecidos, com sua luz e amor incondicional.

Poesia pra cachorro

sempre amei os bichos

em especial

os cães

eles são mesmo amigos

vê-se em seus olhos

olhos de gente

de gente que te vê

entende

e sente...

cachorro é o melhor tipo de gente!

te vê

te entende

te sente

e não diz nada...

cachorros são chamados cachorros

porque não querem dizer

o que sabem

usam a língua

em gestos de afago

Cassio Poeta Veloz
Enviado por Cassio Poeta Veloz em 07/01/2014
Reeditado em 06/04/2016
Código do texto: T4640445
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