A BOLA E O CIRCO

Dedicado ao poeta

Mário Lima

Transita de pé em pé

E sobre o gramado rebola

Não é pão p´ ra dar ao Zé

Mas sim para encher a tola.

Os tostões faltam à mesa,

Até Diógenes o vê,

Se for no Circo, beleza,

Se não for, resta a TV.

Nos belos tempos de antanho

O Benfica era europeu

Agora, nem arreganho,

Foi um vírus que lhe deu.

Jorge Gomes foi o primeiro

A quebrar a tradição

Veio por pouco dinheiro

Mas agora não viria, não.

Dos Balcans ou da Argentina,

Vêm até de biberão,

Uns tocam a concertina

Outros tangem rabecão.

O Circo é assim que se faz

Nesta nossa Catedral

Até o Jesus é cartaz

Quer se jogue bem ou mal.

Qualquer careta primário

Quase sem ler nem escrever

Revela-se como empresário

De milhões a derreter.

Não é preciso ir a Roma

Para ver o Circo e a Bola,

É este o triste sintoma

Do teatro com cartola!

Frassino Machado

In AO CORRER DA PENA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 30/08/2013
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