Depois que Lula assumiu o governo, do Fernando Henrique herdara o grave problema do desemprego. Isso o levou  a mandar elaborar planos de desenvolvimento, de diversas siglas, a fim de resolver essa situação. A prova disso é que, segundo noticia a imprensa gratuita (?), já foram criados nesses quase oito anos de mandato uma base de dez milhões de novos postos de trabalho. Os demitidos não constam da estatística.

 Inobstante isso, nas minhas andanças sinto a reclamação das ruas com milhares de jovens sem emprego e renda; os que clamam por moradias dignas, segurança, transporte, educação e saúde são incontáveis em todo o país.

Ouvindo de atores do domínio público, contam-me que numa sexta-feira dois amigos foram despedidos da empresa onde trabalhavam, porém nada receberam de indenização. – Vão procurar seus direitos na justiça, dissera-lhes o diretor. – E a nossa semana não vamos receber? – Já falei, tudo será feito na presença do Juiz.

            -- E agora compadre, falara um deles? – Sei não, você tem algum dinheiro no bolso? – O que tenho não dá pra coisa alguma, apenas dois reais. – Mas isso poderá nos ajudar muito na hora do almoço! Como assim, perguntara o primeiro? – Muito fácil, vamos comprar um pedaço de linguiça, e o resto deixe comigo.

            Tudo combinado. O plano vinha obtendo o maior sucesso em dias passados. Numa dessas oportunidades, na hora do almoço entraram num restaurante bem chique no centro da cidade. Pediram o melhor prato. Gente saindo pelo ladrão. Movimento intenso que, decerto, facilitaria em muito a ação dos dois desempregados, eis que o dono do estabelecimento tudo fazia para evitar escândalos.

            Na hora de pedir a conta, um dos dois sem-vergonha falara: Sabe meu compadre, já estou cansado de ir pra debaixo das mesas e ficar lambendo e mordendo essa danada linguiça...hoje a vez é sua. – Linguiça, qual? – Aquela que compramos na semana passada! – Pensei que você havia notado, pois aquele pedaço eu perdi desde o primeiro dia, respondera o outro...

            E caíram numa risadaria da peste!

Qualquer semelhança é mera coincidência.

Texto em correção.