O OLHO DO DONO ENGORDA... (EC)

Quinzinho, Zé e Mané eram três porquinhos atrapalhados...

Quinzinho era pequeninho e passava o tempo provocando Mané, o maior.

Sobrava para o Zé que não era grande nem pequeno decidir a discussão.

De arte em arte iam alvoroçando a vida do pacato sítio.

Certa feita, cismaram de invadir o galinheiro.

Havia uma brecha média na cerca e milho do lado de lá.

Quinzinho passou pelo buraco, Zé quase entalou e Mané foi salvo das bicadas pelo dono do sítio.

Salvo é modo de dizer, porque o olhar do dono o fez sentir-se no ponto de virar toicinho.

Outro dia decidiram explorar o lado de lá do riacho e comer umas cenourinhas.

Devem ser deliciosas, pensaram ao ver o coelho se lambuzando.

Travessia! Vamos nós!

Os espaços das madeiras da ponte eram grandes para que os animais pequenos não fugissem...

Mané passou fácil, Zé pulou, dependurou-se, tropicou e safou-se...

Já o Quinzinho pulou e caiu no vão.

Depois de um belo banho no rio, saiu amuado na margem, salvo novamente pelo sitiante.

Salvo era modo de falar...

O olhar do sitiante imaginou pururuca.

Um dia descobriram a gangorra para crianças do jardim.

Zé sentou-se de um lado e, é claro, a gangorra pendeu para seu lado. Mané quis brincar e escalando o lado oposto, fez a balança pender para o outro lado...

Idéia genial!

Mandaram Quinzinho subir e caminhar de um lado para o outro da madeira.

Que delícia subir e descer.

Tudo ia muito bem até que o Zé, sabe-se lá por qual necessidade, saiu da gangorra repentinamente.

O peso de Mané fez o Quinzinho, que estava do lado oposto, sair voando e cair no monte de feno do paiol, colocando em polvorosa os demais animais que se assustaram com aquilo que caía do céu.

Os carneiros fizeram um escândalo que espantou o cavalo. Este escoiceou para todos os lados e assustou o bode que deu uma cabeçada no cachorro. O gato pensou que o cão rosnava para ele e saltou pelas paredes derrubando as ferramentas em cima da vaca que chutou o balde cheio do leite recém ordenhado.

O sitiante enfureceu-se com a balbúrdia.

Medrosos, como são os porcos, Quinzinho e Mané denunciaram a culpa do Zé, que não se sabe como escapou de virar assado com maçãzinha na boca.

Ou melhor, sabe-se...

Que sorte a deles!

O dono do sítio era vegetariano.

Os três andam meio ressabiados desde que o papagaio começou a repetir uma frase que aprendeu com a coruja: “O olho do dono engorda o porco”. Estão preocupados para que ele quer engordá-los.

Pururuca, torresmo, maçãs, toicinho, feijoada...

Com uma cervejinha!

Hum!

Este texto faz parte do Exercício Criativo - Conte-me um Conto.

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Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 08/01/2010
Reeditado em 09/01/2010
Código do texto: T2017835
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