Coisa de Criança

De repente ele apareceu, estava todo trocado, em suas mãos, muitas moedas, aliás, todas as suas economias estavam ali, em suas pequenas mãos, seu pai, que havia acabado de chegar do trabalho, olhou-o assustado.

- O que é isso aí? – indagou o pai.

- Meu dinheiro, papai! Tudo o que tenho esta aqui, tudo – respondeu o garoto.

- Mas, para que tudo isso filho? O que você deseja fazer com todo esse “dinheiro”? – ironiza.

- É que... Eu quero comprar uma coisa! – diz sério.

- Sei... Você quer comprar alguma coisa com essas moedinhas?

- Sim, papai! Quero comprar uma coisa, com o meu “dinheiro” e é para o senhor. – ele se irrita com a forma que seu pai se refere ao seu dinheiro.

- Desculpe!

- O Senhor pode me levar até a cidade? – indaga.

- É claro que sim! Amanhã iremos – diz não dando muita atenção ao filho.

- Amanhã não! – diz segurando em sua calça e chamando-lhe a atenção. Hoje! Tem que ser hoje, por favor! – intransigente.

- Mas o que você quer comprar para mim de tão importante que não pode esperar até amanhã?

- Uma coisa, que, acho que o senhor vai gostar muito – diz sorrindo.

- Um presente que vou gostar muito?

- Sim, um bom presente para o senhor, o melhor – diz orgulhoso.

- E você acha que vai conseguir me comprar um bom presente com suas economias?

- Acho que sim.

- E como você sabe que este presente vai ser o melhor?

- Por que eu ouvi as pessoas dizerem por aí que o senhor está precisando muito do que eu decidi comprar para o senhor.

- Ouviu as pessoas dizerem que estou precisando de algo? – indaga curiosamente.

- Sim! Ouvi!

- Onde você ouviu? – a curiosidade cresce.

- Em todo o lugar que vou, comentam que o senhor está precisando dele, por que o do senhor está ruim, então, já que o senhor não compra um bom, eu vou comprar para o senhor.

- Eu estou é muito curioso para saber qual coisa minha esta com problemas que nem eu percebi. Você sabe aonde vamos? Qual loja encontraremos, o que você tanto anseia comprar-me?

- Não sei não... Pensei o dia todo, mas não sei nem onde começar a procurar, mas não tem problema, tenho certeza que encontraremos o que procuro.

- Quem sabe você me dizendo o que deseja comprar eu posso ajudá-lo.

- Está bem, vou dizer, eu queria fazer uma surpresa para o senhor, mas, como nem sei por onde começar vou dizer qual o tipo de loja deveremos ir, ta bom? É a única coisa que posso dizer, por enquanto? – diz muito sério

- Vamos! Diga! Estou esperando!

- Precisamos ir a uma loja que vende sentimentos!

- Sentimentos? – o pai fica confuso - Não estou entendendo! Você disse certo? Você quer ir a uma loja que vende sentimentos?

- É! Isso mesmo! Podemos ir – diz pronto para sair – Já estou pronto - completa.

- Mas, não existe esse tipo de loja filho – diz sério, procurando não magoar o filho - Venha cá, com o papai!

O menino vai até o pai e senta-se no seu colo.

- Esse tipo de loja, infelizmente, não existe. Eu sinto muito! Sentimentos nascem com o ser humano, não se compra, filhinho... Mas o que você quer comprar para o seu pai que somente se encontra em uma loja dessas? Qual sentimento seu papai esta precisando tanto, para você querer comprar tão urgentemente?

- Sabe o que é papai, é que em todo o lugar aonde eu vou, e até mesmo na televisão, as pessoas vivem dizendo que o senhor é um político mau caráter, por isso, estive pensando, já que o caráter do senhor está ruim, eu resolvi pegar minhas economias e comprar um bom para o senhor, para ninguém mais falar mal do seu – diz triste, decepcionado.

Marc Souz
Enviado por Marc Souz em 14/09/2009
Código do texto: T1809369
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