COMENDAS, LAUREAMENTO, HOMENAGEM EM VIDA

COMENDAS, LAUREAMENTO, HOMENAGEM EM VIDA

Antigamente, quem recebia comenda era Comendador, muitos outros recebiam postos militares de alferes, capitão (capitão do mato), Coronel.

Os tributos reais no Brasil até aproximadamente 1850, não eram feitos por Funcionários Públicos, uma vez que a corte não tinha funcionários, terceirizava os serviços públicos a pessoas que tivesse tido sucesso econômico.

Assim licitava os tributos do Brasil inteiro a uma pessoa mais rica, que era então após passar pelo crivo da Igreja católica e receber a cruz de malta, então recebia o Título de Coronel, este que comprava os direitos tributários da Coroa e garantia então a coroa a obrigação de repassar mensalmente uma certa quantia, então tinha o direito de cobrar os tributos em postos de arrecadação como em Curitiba, Mogi Guaçu, Santos, Sorocaba, etc. bem como nomeava Coronéis que chegava também ao posto após o crivo da Igreja, com a comenda de Cruz de Malta, para naquela época com aproximadamente de 10 a 20 cidades em toda a Capitania de São Vicente, que ia do litoral a sertão infinito, no Sul até o Uruguai e no Oeste Cuiabá, e no Norte até o amazonas.

Começou a desmembrar em 1820, Goiás, Minas, depois foi Sta. Catarina e assim por diante até nossos dias atuais.

Nas cidades estes Coronéis tinham o posto de intendente (Presidente da Câmara Municipal) que governava o Município, ocupava também o cargo de Juiz de paz (casamentos) bem como de Juiz Ordinário (julgador de quaisquer casos (querela)), e ainda nomeava então os auxiliares, que seria os cobradores de impostos de casa em casa e a pena para quem não pagava, não era multa e sim a espoliação da propriedade ou então penas de surra corporal mesmo.

Meus antepassados chegaram a ser importante em São Paulo, depois em Sorocaba, sendo em São Paulo, Pedro Domingues genro de João Ramalho o Anhanguera que foi casado com Índia Bartira, depois quando seus sucessores foram para Sorocaba, Capitão Diogo Domingues de Faria, depois de ter lutada em conflito na Bahia, recebeu sesmaria então em Sorocaba, onde construiu a igreja da Penha e onde como Capitão do Mato faz entrada e sertão até Cuiabá na busca de ouro, e caça de escravo e índio.

Nesta época seus irmãos filhos de Amaro Domingues de Faria em Sorocaba era Juiz de paz, cargo normalmente entregue a um Coronel, e Sorocaba era um dos entrepostos de tributos mais importantes da Provincia, onde vinha todo o mercado do Sul e de outras regiões do país, inclusive os ouros de Cuiabá.

De Sorocaba para Bom Jesus dos Perdões, depois para Minas, Santana do Sapucai, (atual Silvanópolis), mas os tempos de destaque da família se foi e então após Bom Jesus dos Perdões e Minas Gerais tornou a família comum trabalhadora, tendo então Guilherme Domingues de Faria saído da Atual Minas, que há época era tudo Provincia de São Vicente, para então vir parar na região da serra do Pico, Bragança Paulistas, atual Vargem-SP, onde a família na lida de café vieram até nossos dias como lavradores.

Estes tempos se foram, veio a independência 1822, a Republica 1889, veio os trens 1880, na Região de Jundiai, Bragança paulista em 1886, quando então o Imperador D. Pedro II, esteve aqui e teve um almoço com cardápio de Fruto no mar na Rua Principal que leva da estação central até a praça da Matriz (N.S. Conceição), passando pela Igreja do Rosário (dos pretos), era comum no tempo da escravidão ter a igreja dos Pretos próxima a igreja da Conceição, sendo a do Rosário a dos Pretos.

Os Frutos do Mar no cardápio foi possível, primeiro por que anos antes, em vez de bloco de gelo (iceberg) cortado no polo norte e coberto de casa de paus, trazido até o porto de Santos, em 1971, no Bairro da Lapa em São Paulo, havia montado a primeira fábrica de gelo da Provincia, e também por que então nesta época da visita, estava inaugura o trem, que diminuía em muito o trajeto do litoral até esta região. Sem Trem e sem gelo, os frutos do mar com certeza não sobreviveriam a qualidade alimentar com viagem de mais de 4 (quatro) dias, ou mais em trilhas nas matas de Santos/São Vicente até nossa região.

Passei dos 70, muitos com certeza morrem antes, mas então para quem vive mais as possibilidades de ser homenageado são maiores, e assim a uns anos recebei a homenagem/comenda de filantropo por doar um terreno pra igreja de Nhá Chica, uma homenagem chique na Câmara Municipal, então virei Comendador, mas não é como antigamente talvez, mais antigamente Comendador era chamado o tempo todo de Comendador, como o Coronel era chamado o tempo todo de Coronel.

Recentemente um laureamento pela OAB/SP, por serviços prestados, 45 anos de atividade, é bastante tempo, é sobrevivência por muito tempo com certeza, a maioria não consegue atingir tanto tempo na profissão.

É certo que já considerava honrado, pelo esforço de minha mãe de lutar para sair da roça, pra trazer-nos pra cidade de estudar, foi uma briga com o marido e muita luta na máquina de costura para nos manter na cidade estudando, mas fez com que fosse então o primeiro da família materna e paterna a chegar concluir um curso de faculdade e como advogado, está honra já é muito grande e uma grande recompensa a mim e a minha mãe que assim lutou para chegarmos até aqui com certeza.

É certo que logo em seguida veio administração empresa, depois arbitragem internacional pela Câmara do Mercosul, além de dezenas e dezenas de outros cursos curtos, que para registrar a história aproveitando então a tecnologia está precisando transformar em PDF, para exposição, visto que encher paredes não parece mais um local muito bom para exposição.

Mas mesmo assim receber mais um certificado e da grande entidade OAB/SP, também é uma honraria muito grande, apesar de ser por tempo de contribuição e vivencia na entidade, é motivo de grande agradecimento por chegar até aqui, 45 anos de atividade é bastante. 01/04/2024

estreladamantiqueira
Enviado por estreladamantiqueira em 14/04/2024
Código do texto: T8041230
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