HOMENAGEM A ANTÔNIO EUSTÁQUIO XAVIER - MISSA DE SÉTIMO DIA

Primeiramente, boa noite a todos!

Antônio, meu cunhado, meu amigo!

Vou começar esta pequena homenagem através da leitura deste simples poema que um dia escrevi. Acreditamos, fazendo uma comparação, que esse conteúdo diz muito sobre nossa existência e nossa passagem por este mundo. Ele se chama:

INDO EMBORA

Enfermo, saio para uma pescaria.

Uma folha seca cai simplesmente na água do rio.

Ela já completou seu ciclo.

Folhas novas vão nascendo e as árvores vão florescendo.

Produzem flores e depois frutos.

Seguem sua trajetória.

Tristeza, por quê?

Assim, como essa folha seca que cai sobre o leito do rio,

Eu também já cumpri minha missão.

Posso ir em paz.

Viajo para o outro lado da vida.

Sétimo dia, hoje, meu amigo! Viemos aqui para, diante do Cristo, nesta singela capela dedicada a Nossa Senhora do Bom Conselho, reforçar nossa crença de que a vida não acaba neste mundo. De que ela tem sua continuidade no campo espiritual, quando, num piscar de olhos, no último suspiro, seguimos rumo ao Pai amoroso que nos criou, para vivermos, com Ele, na eternidade.

Queremos dizer, Antônio, que sua partida deixou-nos a todos com o coração choroso e angustiado. No entanto, apesar disso, ficou um consolo: o encerramento de um ciclo de terrível sofrimento pelo qual passava nesses últimos dias de vida. Não precisava ter ido embora... Não queríamos que partisse tão de repente... Gostaríamos que voltasse para casa, alegre, revigorado... Pudesse, tão logo, abraçar a todos, carinhosamente e tomar posse de sua motocicleta, companheira do transporte cotidiano, e por mais algum tempo desfrutasse da sensação de liberdade que ela lhe proporcionava, fazendo sua viagem Belo Horizonte-Conselheiro Lafaiete, Conselheiro Lafaiete-Belo Horizonte, duas cidades marcantes em sua trajetória. Cidades onde seus familiares residem.

Sua mãe, Antônio, preocupada, com o coração angustiado, não se cansava de rezar, pedindo a Deus que o salvasse e o trouxesse de volta para casa. Não foi fácil para ela e para nós vê-lo no hospital, em grande sofrimento, de olhos cerrados. Mas havia uma esperança enorme, já que seu coração pulsava e deixava claro que ainda existia vida. Dez dias aproximadamente no CTI. Um dia, foi possível perceber que você tinha esperança, em seu coração, de restaurar a saúde e voltar para casa. Nossa comunicação se realizou e, através de tenros movimentos de piscar os olhos, ficou bem claro que seu desejo era esse. Enquanto seu coração pulsava, vinha-nos logo à lembrança aquela citação do livro do Eclesiastes: “Enquanto há vida, há esperança.”

Estamos certos de que Deus, cheio de misericórdia, o recebeu no paraíso. De presente lhe deu uma morada eterna como retribuição à sua simplicidade, despojamento e amor ao próximo tão bem vividos aqui na terra.

Não é pelo fato de ter nos deixado que, neste momento, estamos fazendo esta declaração. Reafirmamos que sua vinda aqui neste planeta não foi em vão. Deus, quando o criou, com certeza, tinha uma missão especial para você. E essa missão, agora concluída, enche-nos de orgulho, já que, você soube oferecer carinho, amor e atenção para todos, especialmente para sua família, seus filhos e netos.

Para encerrar, queremos despedir-nos de você, mais uma vez, pronunciando uma mensagem de Jesus, escrita por João, capítulo 5, versículos 24 e 25:

24Em verdade, em verdade vos asseguro: quem ouve a minha Palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna,

não entra em juízo, mas passou da morte para a vida. 25Mais uma vez, verdadeiramente vos afirmo: vem a hora, e já

chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.

BELO HORIZONTE, 12-AGOSTO-2023.

LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA
Enviado por LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA em 03/04/2024
Reeditado em 06/04/2024
Código do texto: T8034076
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