Homenagem à Florbela Espanca

 

Colar de pérolas e violetas...

 

Esmaecidas pétalas de violetas

Ainda choram tua ausência...

Enquanto, as dores de Amor e Saudade

Cintilam em versos melancólicos

De rara sensibilidade e beleza,

Delineando nos reflexos

Do teu tão distante olhar

Rimas emolduradas - esculpidas

Na quietude do teu colar de pérolas,

Imersas na solidão das tuas lágrimas

Que se misturavam à tinta:

Aguada, deslizando na folha,

Tonalizando dias e noites...

Na brevidade da Vida

Tuas invisíveis mãos,

Envoltas em uma brisa lilás,

 Hoje, de manhãzinha voltaram

      A molhar o vaso com violetas

    E, a acariciar as fotografias

Daquele antigo porta-retratos

  E no espelho do teu quarto

       O encanto do perfume suave

            Permanece em teu colar –

              Intocáveis pérolas - pétalas...

 

Vanice Zimerman IWA

 

***

Florbela Espanca (Vila Viçosa , 8 de dezembro de 1894 — Matosinhos, 8 de dezembro de 1930).

 

"Amo-te tanto! E nunca te beijei...

E nesse beijo, Amor, que eu te não dei

Guardo os versos mais lindos que te fiz!

 

Florbela Espanca

 

“Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder... para me encontrar.”

 

https://poetisarte.com/autores/florbela-espanca/os-versos-que-te-fiz/

***

https://www.youtube.com/watch?v=RAmlchLDEp0

Fanatismo - Raimundo Fagner e Zeca Baleiro - O show