A TECELÃ DE PALAVRAS
 
HOMENAGEM À CLARICE LISPECTOR
    Pelo Centenário que completaria



A TECELÃ DE PALAVRAS
Não quiseste ser particular
Tornaste pública
Quiseste ser uma mulher simples
Seus leitores a fez sofisticada
Roubou uma rosa em" Cem Anos de Perdão"
E me fez conhecê-la num banco escolar
Identifiquei-me contigo e me fiz sua amiga.
Não te entendia bem, não importei
"Ambas roubávamos rosas, pensei"
Muito depois, novo reencontro
Em perto do coração selvagem
Bebi tuas palavras e me senti Joana.
Em' Paixão Segundo GH"
O confronto, a procura
A busca incessante do ser
Eu sinto a barata, fotografo-a
Canso de sua filosofia.
Sou comum ,com nojo da barata
E nessa reflexão tortuosa
Rastejante, inconsciente
Sou barata intelectualiza
" A Hora da Estrela", novo encontro
E aí, o grito do silêncio
Eu me silencio, perdida em palavras
Angustiando-me com sua angústia
Sou Macabéa ,muda
Na multidão de suas palavras
Sou uma estrela esfacelada
Tentando agarrar palavras
Que me levem à estrela.
VeraCalza (do meu livro FRE
STA)