Uma homenagem a Luis Alves de Lima e Silva - O Duque de Caxias

No ano de 2007, em razão de uma solenidade militar, na cidade de Belo Horizonte, resolvi escrever um texto para homenagear o Duque de Caxias, o Patrono do Exército Brasileiro, também conhecido como o Pacificador.

Naquela época, o texto recebeu 4.567 visualizações. Esses dias recebi um e-mail de um amigo do Maranhão onde este fez menção ao texto em razão de suas pesquisas na área de história.

Desta forma, tendo em vista a importância do Exército Brasileiro para a nossa Nação, vou reproduzir novamente o texto. Ao homenagear Caxias esta homenagem é extensiva a todos aqueles, homens e mulheres, que integram como os próprios militares se sentem honrados em dizer, o Exército de Caxias, responsável pela Defesa da Pátria.

No mundo existem pessoas especiais, que muitas vezes marcam a sua época e as pessoas que estão a sua volta. Neste sentido, falar de Duque de Caxias é falar do homem, do humanista, do militar, do político e do estadista, que ajudou a construir esta Nação em um momento importante de sua história durante o reinado de Dom Pedro II.

Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nasceu no dia 25 agosto de 1803, na fazenda de São Paulo, no Taquaru, Vila de Porto da Estrela, na Capitania do Rio de Janeiro, quando o Brasil ainda era o Vice Reino de Portugal. Hoje, é o local do Parque Histórico Duque de Caxias, no município de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro.

Filho do Marechal-de-Campo Francisco de Lima e Silva e de D. Mariana Cândida de Oliveira Belo. Ao seu pai, Vereador da Imperatriz Leopoldina, coube a honra de apresentar em seus braços à Corte, no dia 2 de dezembro de 1825, no Paço de São Cristóvão, o recém-nascido que, mais tarde, viria a ser o Imperador D. Pedro II.

Em 1808, época em que a Família Real Portuguesa transfere-se para o Brasil, Luis Alves é titulado Cadete de 1ª Classe, aos 5 anos de idade, do então Exército Imperial.

Em 1818, aos quinze anos de idade, matriculou-se na Academia Real Militar, de onde regressou promovido a Tenente, em 1821, para servir no 1º Batalhão de Fuzileiros, unidade de elite do Exército do Rei.

Caxias era o homem de confiança do Imperador Pedro II, e nos momentos de maior dificuldade da Nação foi chamado para pacificar o ânimo dos brasileiros.

Participou ativamente das campanhas do Exército para pacificar a província do Maranhão, da qual foi o seu presidente, o mesmo ocorrendo no ano de 1842 com a província de São Paulo e de Minas Gerais, e também quando foi chamado para restabelecer a paz na Região Sul do país em razão da Farroupilha, fato este retratado na séria A Casa das Sete Mulheres.

Em todos os momentos em que esteve a frente de seus comandados Caxias se mostrou como sendo um comandante equilibrado, que não costumava humilhar os vencidos, pelo contrário buscava a conciliação, pensando em algo maior, que era a unidade do Brasil.

Na Guerra do Paraguai, Caxias se mostrou um comandante preocupado com a sua tropa e corajoso, sendo célebre a passagem quando de frente ao perigo disse, “aqueles que foram brasileiros, sigam-me”.

Durante a sua vida Caxias teve dois grandes amores, a Pátria, por meio do Exército o qual serviu por mais de 40 anos, chegando ao mais alto posto daquela Corporação, Marechal de Campo, e a sua família, representada por sua esposa e filho.

A Maçonaria do Brasil também teve a honra de ter em seus quadros Luís Alves de Lima e Silva, o qual durante os momentos em que exerceu cargos políticos, seja como Senador, Presidente de Província ou Ministro, nunca deixou que suas luvas brancas fossem maculadas por atos de improbidade, ou qualquer outro procedimento que pudesse torná-lo indignado de todas as glórias com as quais foi distinguindo durante sua vida.

Em homenagem ao exemplo de Duque de Caxias, o dia de seu nascimento, 25 de agosto, passou a ser a data oficial do Dia do Soldado, quando em todos as unidades Militares do Exército Nacional, sua vida e o seu exemplo são recordados.

Ainda em sua homenagem, foi criada a Medalha do Pacificador, uma vez que Caxias foi o homem que durante o Império manteve a unidade Nacional, mediante o diálogo e a reconciliação.

Os cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras do Exército Brasileiro no dia do espadim recebem uma réplica do sabre do Duque de Caxias, o Espadim Duque de Caxias, que os acompanhará até o dia em que após serem forjadas no aço da Espada serão declarados Aspirantes-a-Oficial.

Mas, foi no momento de sua passagem para o outro mundo, para se aproximar do Grande Arquiteto do Universo, que Caxias deixou o seu exemplo, e esse momento foi muito bem retrato pelo grande literato Visconde de Taunay, Autor da Retirada da Laguna, então Major do Exército, que proferiu uma alocução que foi assim concluída:

"Carregaram o seu féretro seis soldados rasos; mas, senhores, esses soldados que circundam a gloriosa cova e a voz que se levanta para falar em nome deles, são o corpo e o espírito de todo o Exército Brasileiro. Representam o preito derradeiro de um reconhecimento inextinguível que nós militares, de norte a sul deste vasto Império, vimos render ao nosso velho Marechal, que nos guiou como General, como protetor, quase como pai durante 40 anos; soldados e orador, humildes todos em sua esfera, muito pequenos pela valia própria, mas grandes pela elevada homenagem e pela sinceridade da dor".

Notas:

O texto foi escrito a princípio como um discurso destinado a uma solenidade realizada na sede da 4ª Região Militar, com sede em Belo Horizonte, comemorativa do Dia do Soldado, onde foi entregue a Medalha Duque de Caxias da Ordem dos Cavaleiros da Inconfidência Mineira aos agraciados, civis e militares. Posteriormente, o texto se tornou uma homenagem a Caixas e foi publicado originariamente neste site em 18/02/2007 e está sendo novamente publicado.

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