Dedicado ao meu pai
Há exatamente treze anos, em todos os dias dos pais, sempre procurei falar um pouco do meu. Eu queria que todos soubessem o quanto eu o amava, queria que todos imaginassem um terço da falta que ele me faz. Por mais que sejam 13 anos, quem perde sente o tamanho da dor, é imensurável. Mas assim como dói o passar dos dias, o tempo que vai passando traz consigo um conforto e a saudade se transforma em lembranças, fotos, momentos, tudo é válido para não deixar morrer de vez a essência que ele deixou em mim. Mas por outro lado, esses treze anos maltratam, esqueci da voz e dói não lembrar disso, esqueci do cheiro, altura, forma, corpo... Já não sei se as lembranças que tenho são dessas fotos ou de quando por poucas vezes ele veio me visitar em sonhos. Depois de tanto tempo eu percebi que não precisava mostrar pra ninguém o tamanho desse amor, porque ele era quem precisava saber e claro que sabia, porque eu sempre o procuro em meus pensamentos, sempre desejo que ele me visite em sonhos. Essa dor um dia irá passar, não importa o lugar, eu sei que iremos nos encontrar pra viver o que faltou, pra rirmos de vários momentos que passei aqui enquanto esperava esse encontro, vai me abraçar e dizer que tá tudo bem, que nada irá me acontecer, vai me aconselhar, vai me punir quando eu estiver errada, vai me dizer que nunca mais vamos nos separar outra vez.