Meu papel de mãe

Eu me sinto assim...

Deixando o tempo passar e o destino tomar conta.

Sinto-me uma mãe provedora, ouvidora, compreensiva, analítica, conselheira, mas neutralizada - diante da força que ele impõe.

Meu filho a mim não compete,

Só me foi imputada a responsabilidade de lhe trazer ao mundo,

Cuidar,

Zelar,

Amar,

Orientar,

Mostrar suas raízes, suas origens, sua história, sua célula matriz.

Afinal, para quê?

Acho que, ao final de tudo, nada fará muito sentido.

Ele não é daqui.

Ele não é linear.

Ele é muito além do que eu já vivi, vi ou vislumbrei.

Ou mesmo, sequer, tenha ouvido falar.

Ele é diferente, eu sei.

Por mais que eu grite,

Por mais que eu recite,

Por mais que eu leia ou pinte.

Meu filho é diferente.

E por mais que eu discorde, questione, aceite ou comente,

Não adianta, meu filho, Maurício, é diferente.

E quem viver, quem aqui estiver,

Se o conhecer, há de constatar minha razão.

Eu bem sei, não terei domínio, não colocarei rédeas, ele seguirá seu caminho, já me deu sinais.

Meu filho é diferente,

Tem luz, autonomia, foco, força, algo muito extraordinário, imperioso, imponente.

Nada a dizer, senão que sou um ser agraciado, especial, grandioso e infinitamente feliz por ter sido instrumento de tê-lo trazido a ESTA vida, ao mundo de AGORA.

Rose Melo

Rose Melo
Enviado por Rose Melo em 07/08/2017
Código do texto: T6076923
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