Sociedade de Ex (Homenagem a Maiakovski)
Vivemos na terra dos (des)sentimentos,
presos em nossas jaulas pessoais,
expostos para multidões também trancadas.
Estamos presos e sozinhos....
Somos não seis, porém bilhões de personagens,
temos vida, mas somos menos reais do que as que encenam os livros.
Descongelamos a liberdade,
congelamos a empatia,
e tornamos líquidos os sentimentos:
amor, vida, morte - nada é para durar,
Bauman já dizia.
Transformamo-nos em autômatos e assépticos,
maquinas cinzas e brancas descarregadas de óleo,
entretanto cheias de indiferenças e “descartabilidades”.
Ao dramaturgo só sobrou a desilusão,
Cem anos depois
Sua cor não significa mais nada,
nem amor nem revolução
A terra prometida também não parece ser aqui
O céu e o inferno voltaram a ser procurados,
O homem novo está ainda mais velho
E continuamos sendo Ex : ex-amores, ex-homens novos, ex-revolucionários...