Sociedade de Ex (Homenagem a Maiakovski)

Vivemos na terra dos (des)sentimentos,

presos em nossas jaulas pessoais,

expostos para multidões também trancadas.

Estamos presos e sozinhos....

Somos não seis, porém bilhões de personagens,

temos vida, mas somos menos reais do que as que encenam os livros.

Descongelamos a liberdade,

congelamos a empatia,

e tornamos líquidos os sentimentos:

amor, vida, morte - nada é para durar,

Bauman já dizia.

Transformamo-nos em autômatos e assépticos,

maquinas cinzas e brancas descarregadas de óleo,

entretanto cheias de indiferenças e “descartabilidades”.

Ao dramaturgo só sobrou a desilusão,

Cem anos depois

Sua cor não significa mais nada,

nem amor nem revolução

A terra prometida também não parece ser aqui

O céu e o inferno voltaram a ser procurados,

O homem novo está ainda mais velho

E continuamos sendo Ex : ex-amores, ex-homens novos, ex-revolucionários...

Rivaí
Enviado por Rivaí em 19/01/2017
Reeditado em 13/08/2017
Código do texto: T5886646
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