Tributo a uma mestra

Hoje, quando se fala na relevância da função dos professores na vida de cada um de nós, lembrei-me de alguém que teve uma passagem importante num período de minha vida, no início dos anos setenta, quando estudante na cidade de Pedreiras. Talvez pelo significado deste dia, aflorou da mente a sua imagem e com ela a lembrança de minha inesquecível professora Dona Helena, que prendia minha atenção bem mais que qualquer matéria lecionada. Era uma senhora forte, pele bem clara cabelos curtos, uso normal às senhoras de meia idade, ainda hoje, de aparência bem meiga. Tinha o ar de uma mulher bem resolvida, (atributo comum aos professores). Sua imagem demonstrava toda a experiência de anos de magistério, guardo desde então sua doce lembrança...

Não consigo explicar por que, mas nunca a esqueci. Não lembro mais nada, sobrenome, endereço, família, nem mesmo a qual instituição pertencia. Dona Helena minha professora, simplesmente foi capaz e suficiente para substituir em mim todas as demais informações deletadas do meu subconsciente por significarem nada ante sua pessoa...

Se saudade é um pouco de amor que fica, eu garoto que era, nos meus quase doze anos, amava aquela senhora.

Em que dimensão, não sei, talvez platônica, certo é que de alguma forma, eu a amava. Creio ter vindo daí meu gosto pela matemática. Lembro-me quando devida à semelhança com meu irmão gêmeo ela se dirigia a mim como “papel carbono”. Longe de soar como uma ofensa, suas palavras era para um menino encantado com sua mestra, um grande deleite.

Assim é a vida, assim são as pessoas que ao longo dela se tornam importantes para nós. Creio haver em cada coração sensível, se não uma grande paixão, ao menos uma tênue lembrança de uma querida professora. Se ela ainda vive não sei, mas tenho certeza que sempre estará presente em minhas recordações, tornando mais leve a existência deste eterno aluno e esta doce lembrança como um tributo à sua inesquecível professora Dna. Helena.