A Fonte da Poesia (A todos os poetas)
A poesia jorra como água na fonte
Cresce como mato na estrada
Faz a conexão dos extremos como ponte
É a relva onde deita a alma cansada
É a calma dos ventos
É a areia vermelha no chão
É o fruto dos lamentos
Também desarma a solidão
Amo brincar com ela
Como beija-flor brinca no ar
Traz uma flor amarela
E começa dela falar
E se for contar com as estrelas
Não pára de extravasar
Sua melodia é serena
E encanta somente com o olhar
Poesia é menina meiga
Pegando água do rio
Mesmo que um tanto leiga
Mescla o calor e o frio
Devagar ela caminha
Às vezes, a passo largo
Parece que adivinha
O futuro é o passado
Ela é como barco que navega
No oceano das palavras
Aonde ninguém vê, ela enxerga
Podem ser pequenas larvas
A poesia é dom do escritor
O chamado poeta
Ele faz da escrita seu labor
A sua mente é inquieta
Ao passo que o coração
Deve estar a seu favor
Na poesia e na canção
O poeta estende o seu amor
Poesia é coisa boa de se ler
Retrata a cor do mar
Como se a gente estivesse a ver
E as ondas pudesse escutar
A alma se veste para anunciar
Que é preciso ser feliz
A poesia faz o rio transbordar
De sonhos como um chafariz
Imaginação fértil
E linguagem sutil
Poesia não é inútil
Sorri de forma gentil
E se ela for hostil
Depende do que quer dizer
Não pode faltar um til
Deve ser correta ao escrever
Água que se expande
Flor que desabrocha
A poesia tem sua fonte
Impregnada na rocha
Tão forte como a espada de Arthur
Maneja os verbos com destreza
E se falar do pássaro azul
Não é chuva, é correnteza
Transforma-se em luz no horizonte
A poesia traz a palavra certa
Quem bebeu da sua fonte
Jamais deixará de ser poeta