UM RIO QUE JÁ FOI CHAMADO DOCE
Um dia o chamaram de Rio Doce,
Um rio com alma abençoada,
Água purificada pra se beber,
Cardumes em fartura pra se comer,
Vastos pastos vivos ornamentais,
Criaturas vivas te cultuando em vitrais,
Abençoados pelos verdes exuberantes,
De tua soberba vitalidade dos teus leitos,
Este imaculado, criado por Deus.
Um dia foste dócil e frágil,
Hoje como uma mágica atroz,
Teus leitos de rejeitos minerais,
São teus perversos carrascos imorais,
E teu choro em prantos de lamentos,
São lágrimas em tons avermelhados,
Fizeram-te um deserto de lama e sem alma,
Onde o caos te fez adormecer,
E tão cedo não te vejo acordar doce.