Meu pai
Quando criança, brincando eu caí,
Quis chorar, mas resisti.
Meu pai me balançando, disse na hora,
O verdadeiro homem não chora.
Eu tinha 14 anos e minha avó morria,
Em seguida foi meu avô e minha tia.
Meu pai me balançando, disse na hora,
O verdadeiro homem não chora.
Aos 18 anos, fui chamado à Guerra Civil,
Defender o meu querido Brasil.
Meu pai me balançando , disse na hora,
O verdadeiro homem não chora.
Na estação, na despedida, minha mãe chorava,
Eu abraçado a ela, lhe consolava.
Meu pai me balançando, disse na hora,
O verdadeiro homem não chora.
Hoje aquí no seu caixão, ajoelhado eu rezo baixinho,
Você pai, de terno preto e cabelo branquinho.
Não tem mais ninguém, pra me consolar,
Meu querido Pai, eu peço licença pra chorar.