"NÃO PREJUDICAR NINGUÉM. VIVER HONESTAMENTE" (Ulpiano)

"NÃO PREJUDICAR NINGUÉM, VIVER HONESTAMENTE E DAR A CADA UM O QUE É SEU."

(provérbio do jurista romano Ulpiano)

Ele nasceu em Olinda. Foi menino cordato. Cresceu palmilhando e arruando os caminhos, ruas e ladeiras dessa cidade. Assimilou as emanações do seu passado libertário e sentimento nativista. Onde, também, forjou sua personalidade na vocação telúrica e na vocação talássica da cidade, marins dos caetés.

Vivenciou e admira seus costumes e seus folguedos: o São João, o Carnaval, o Natal e o Ano-Novo, as comemorações de final de ano, sua festa preferida. Em seus devaneios assimilou, sem o perceber, e encampou na prática sobre Olinda os versos do poeta Maciel Monteiro: “QUEM PODE VER-TE SEM QUERER AMAR-TE? QUEM PODE AMAR-TE SEM MORRER DE AMORES?”

Costuma-se dizer que a maçonaria arrebanha os melhores, aqueles homens livres e de bons costumes. Com razão. Foi o seu caso. Só que sem nunca imaginar que sua figura, hoje, se confundiria com a própria maçonaria olindense. Foi funcionário de órgão federal e de lá trouxe não só a experiência, mas, a receita e a idéia.

Para com ingente sacrifício junto a valorosos companheiros lançar a pedra fundamental para o erguimento do prédio desta Loja. Antes se reuniam, por benevolência, em lugares diversos, prédios públicos e residências de abnegados irmãos na cidade. Por fim, Geraldo Guimarães viu a concreção do seu esforço e do seu sonho: ergue-se altaneiro, em 1978, o prédio desta Loja 12 de Março de 1537, consolidando, assim, a verdadeira maçonaria operativa.

Galgou vários degraus até chegar ao trono de Salomão no âmbito desta Loja; e alcançar o galardão de Grão-Mestre do Grande Oriente de Pernambuco. Sem nunca regatear, sem nunca abrir mão daquilo que é sua marca maior, a SIMPLICIDADE E A HONESTIDADE, portanto, em consonância com o provérbio acima citado.

A Loja 12 de Março de 1537 num pacto de gratidão e reconhecimento agradece à sua figura, honra e glória da maçonaria pernambucana. O Geraldo, guardião da harmonia e conciliação quando as infrenes paixões se exacerbam. O Geraldo, incansável hospitaleiro a visitar os irmãos enfermos, inclusive a fazer emergencial ajuda pecuniária.

O Geraldo, outrora mantenedor e zeloso cuidador do mausoléu maçônico.O Geraldo, fundador e primeiro presidente da Academia Maçônica de Letras de Olinda. Afinal, o Geraldo chamado a num momento melindroso de paixões em desalinho, a assumir o Grão Mestrado no Grande Oriente de Pernambuco sempre a manter fidelidade à afirmação do filosofo Ortega y Gasset: VIVER É COEXISTIR.

Ressalve-se que em nenhuma hipótese ele aceitaria, de plano, esta homenagem pois o recôndito de sua modéstia não o permitiria. Mas, em respeito aos irmãos desta loja e à maçonaria, abriu mão momentaneamente da simplicidade para desfrutar e compartilhar desta sincera homenagem.

A aposição de seu nome nesta sala de estar, ANTONIO GERALDO GUIMARÃES CARVALHO, representa e perpetua o reconhecimento dos irmãos em respeito à sua historia de maçom e de homem exemplar. Nada mais que justa essa homenagem, reitere-se. Para o seu deleite, para os seus familiares e para todos aqueles que fazem a loja 12 de março de 1537. Olinda, 25 de junho de 2015.

ANTONIO LUIZ DE FRANÇA FILHO

ANTONIO FRANÇA
Enviado por ANTONIO FRANÇA em 28/06/2015
Reeditado em 09/06/2016
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