Mario não mora na rua
(Poema dedicado ao poeta Mario Gomes)
Mario não mora na rua
Mario mora dentro de si mesmo
Mario quer ser a própria curva
Em carne e osso
E não se curvar
Perante a metrópole suja
Mario quer ser o pendulo
O embolo, quer ser o poeta
Perambulante...
Vadio
A usar terno e gravata
No meio da chuva...
Mario não mora na rua
Mario mora dentro de si mesmo
Mario não quer as regras
E anárquico desafia o transito
A moda... insultando a rotina
Com que levamos nossas vidas
Mario é livre como as arvores
Que crescem sem pedir licença
Para as calçadas...
E Nem pra Deus...
Pelo pedacinho do céu
Mario não mora na rua
Mario mora dentro de si mesmo
E por isso não se importa
Se hoje é segunda ou sexta feira
Se é réveillon ou dia dos finados
Todo dia é dia do Mario
Dar voltas por dentro dele mesmas...
E rir atravessado (e sozinho)
Dos outros...
Que acham que ele esta enlouquecendo...
Mario não mora na rua
Mario mora dentro de si mesmo
E de noite assim como a lua,
Lá pelas tantas...
Ele some
Alguém sabe seu cotidiano?
Alguém sabe onde ele se esconde?
Será Mario, o conde Drácula Alencariano?
Será Mario?
Será Mario o lobisomem?