À ESTAÇÃO DA LUZ

Quando, surpreendido, o peito for tomado

Das volúpias que na alma se encerra,

Sem razão de se passar a tal estado

quem na vida e no amor foi magoado

Do desprezo que ao homem vitupera.

Verá repreendido em si a fera

Crerá por Deus ter sido perdoado

Ao ver-se envolvido na quimeras

Das flores que figuram n'aquarela

De rama, flor, borboleta e prado.

Ali, então, menino deslumbrado,

De árcade comoção, de paz sincera,

dirá que o paraíso esperado

Deus ao homem tem-no revelado

E atende pelo nome primavera.

Saulo Palemor
Enviado por Saulo Palemor em 30/04/2014
Reeditado em 25/01/2017
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