O menino e a professôra
Maria, 32 anos, era a bela do A. Vergueiro, e gostava de bala de aniz,
Todo o dia as 8 horas, ela descia do Expresso, em frente a Matriz.
Moça da cidade, meiga, alegre e de um grande coração,
As crianças, esperavam ela na parada, e era aquela procissão.
Eu Geraldinho, 9 anos, morava num Club, perto da cidade,
Lá havia , lago, piscina, cavalos, e a casa do Fuade.
Eu e Maria, se tornamos grandes amigos, pescando no lagoão,
Alí veio a idéia da quermesse, quadrilha e quentão.
A Prefeitura fundou o Club da Arte e Cultura, e indicou Maria.
As mães no bordado, meninos na tapeçaria e meninas na marcenaria.
Com as prendas, foi realizado um bazar beneficiente,
A renda foi dividida, entre a escola e a casa do idoso carente.
Em casa, nós e Maria, com bambú e panos , fizemos um circo popular,
Aprendemos a representar, e de palhaços fomos a cidade convidar.
Um dilúvio, destruiu nosso circo, no dia marcado,
Mas foi cedido o cinema, pelo prefeito Alfredo Morgado.
Fizemos outra apresentação no domingo, e o sucesso foi total,
A noite, os alunos homenagearam Maria, com um sarau.
Entre risos e lágrimas, despedimos de Maria na Matriz,
E nunca mais soubemos da professôra, que era linda como uma miss.