Maria Rosa, minha mãe!

Mesmo quando o nosso tempo se escoar

Além da nossa própria imaginação

Recordarei o teu jeito de amar

Inundando-me de carinho e afeição

Amando-me com alma e paixão!

Rio-me ao recordar-te os dedos

Ondulando no meu cabelo fino...

Sabias bem embalar-me os medos

Acariciando o meu sono de menino!

Da tua vida eu tiro o meu ensino

Atrás de ti não fecharei a porta...

Sentes como eu,sofres sem desatino

Iludes a dor mesmo quando ela te corta!

Lambes as feridas com altivez

Valendo-te de uma sábia sabedoria

Atravessaste a vida de uma vez...

Pedindo paz, mas tendo melancolia!

Eu queria prestar-te o meu tributo

Repousar em paz no travesseiro

Então concedo-te este eterno minuto

Inventando o que não compra o dinheiro...

Ri sempre a tua sã gargalhada!

Assim a dor não valerá nada...!

NOTA FINAL: Maria Rosa da Silva Pereira é minha mãe e a sua historia não se esgota nos versos que se podem compor com as iniciais do seu nome, pois ela não tem um nome enorme. E teria de ter um nome enorme para que fosse possível dizer ao mundo da sua grandeza. Tanta paixão, tanta vida, tanta bondade não se podem escrever... Amo-te mãe!

Jacinto Valente
Enviado por Jacinto Valente em 13/02/2007
Reeditado em 25/09/2008
Código do texto: T380189
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