O dono da terra

É difícil de acreditar

que nesta terra milenar,

antes de o branco chegar,

dos nativos ela era o lar.

Eles viviam contentes,

em harmonia com a natueza

e isto era bem evidente.

Os índios faziam tantas coisas:

cestos, balaios, arcos e flechas,

utensílios de barro imponentes,

faziam da dança e da música

a alegria de toda a gente.

Caçavam, plantavam e pescavam,

com armas simples e inteligentes.

O seu objetivo, simplesmente,

era a sobrevivência e a união,

eles não tinham ambição.

Um dia surgiu o homem branco,

ensinou ao índio coisas diferentes,

que só ele considerava importante:

mostrou-lhe a ganãncia, o interesse

e que tudo tinha um preço;

transformou sua pureza e inocência

em esperteza e malandragem,

alterando a sua imagem.

O índio mudou de repente,

mas foi logo enganado pela frente:

foi escravizado, injustiçado e dizimado,

perdendo a sua honra e seu espaço;

tiraram-lhe o seu regaço,

o seu sossego e o seu traço.

E, assim, ele perdeu sua identidade

sua nação e sua própria vontade.

Os donos da terra, da nossa pátria,

eram milhares, antigamente,

agora não resta nem um terço

de toda a sua gente.

E até o Dia do Índio,

que é 19 de abril,

não é mais relembrado,

nem ao menos comemorado

pelos que aqui estão.

E tudo isso tem um nome

chama-se "AMBIÇÃO"

Marlene Couto
Enviado por Marlene Couto em 02/06/2012
Reeditado em 27/06/2012
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