Mais um Bravo da Lusofonia que nos deixa!.

 

É costume dizer-se que os homens passam mas a obra fica!.. E a obra literária deste Meu Amigo (com "A" bem grande!) ficou registrada na sua multipla faceta de Escritor, Poeta, Pensador um apaixonado pela Lusofonia e Lusofilia. 
Me lembro ainda da visita que ele e mais outros Amigos da Lusofonia, fizeram a Trás Os Montes - mais exactamente a São Martinho da Anta - Aldeia onde nasceu o Maior Poeta Transmontano do Século XX - Miguel Torga (Dr Adolfo Correia da Rocha) por alturas de 2007 para celebrar o Centenário do Nascimento de Miguel Torga. 
Ao chegarem a Murça, na praça central junto à PORCA DE MURÇA (é uma Estátua bem conhecida ali erguida devido à Lenda) mas. dizia eu: alguém lhe lançou o repto de escrever ali um soneto (estilo em que o Vasco era altamente conhecedor habilitado e ele aceitou o desafio)  - o soneto foi escrito em um pedaço de papel qualquer ali à mão, mas ele depois me mandou uma cópia dactilografada que deve estar por aqui arquivada algures nas minhas cartas literárias. 
É para mim uma grande perda a partida do Vasco pois ainda tinhamos em mente fazer ou escrever mil conversas sobre a literatura de todos nós. Porém somos humanos e por isso estamos todos à mercê da Lei da Morte e não da vida. Em homenagem póstuma deixo-vos uma das Cartas do Vasco já no distante ano de 2010 com resposta a um texto meu sobre a eleição de um Retornado ao poleiro do Palácio das Necessidades em Belém ; 

Enviadas: Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 2010 17:04:02
Assunto: Re: Um Retornado em Belém...

Amigo Potêncio,
Você é um talento!!!
Acabo de ler a sua crónica pausadamente, como deve ser lida. Só um génio conseguirá, a uma só voz e num mesmo tempo, rir, chorar, chasquear, ser Eça de Queirós chistoso, cheio de verrina, e jocoso, ao mesmo tempo, construindo a imagem dramática, cómica,
mordaz, cheia de lástimas, de dor, de saudade, de maldição, de revolta, de mordacidade, de paródia, tripudiar sobre esse pseudo-herois de palha, rir e fazer
ria adoidado quantos te leiem, pensam e meditam. Essa tragédia, trágico-marítima (passe ) nem Fernão Mendes Pinto imaginou e, por certo, ninguém será capaz de imortalizar tanto sentimento luso, da nossa alma, que, vai para 500 anos, continua perlustrando as 7 parteses do mundo.
Parabéns!
Continue sempre. O seu dia chegará, sem dúvida e deixará, pelo caminho, matilhas de indigentes inteletuais e políticos, hidaras insaciáveis de ansiedade, de inveja e rancor, sucumbindo, pela evidência, à
verdade, clara e transparente, como o sol dos trópicos.
Um abraço do admirador e amigo
Vasco
NB:não repare nos erros pois, como sabe, eu não revejo nada do que escrevo, espeto os olhos no teclado e esrevo sem olhar na tela...


Nota de Rodapé: Numa das últimas conversas o Vasco me dizia estar a pensar em ir a Portugal para ver a Familia mas o problema maior era o tratamento: hemodiálise 3 vezes por semana. Com certeza uma das últimas coisas que ele escreveu foi o Prefácio do meu Livro "Eu, O Pensamento, A Rima " em POEMAS DE ANGOLA que eu publiquei sem fazer a revisão da paginação final.
Vai em Paz Meu Querido Amigo Vasco dos Santos! Cumpriste maravilhosamente bem a tua missão aqui na terra e por certo lá aonde te encontras terás a PAZ de Deus Eternamente!!!   


 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 14/02/2012
Reeditado em 20/02/2020
Código do texto: T3498987
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