ESTES FORAM ALGUNS DOS AMIGOS QUE CONHECI DURANTE O I ENCONTRO DE ESCRITORES DE LINGUA PORTUGUESA EM NATAL

O BECO DA LAMA

O BECO DA LAMA DE SILVINO POTÊNCIO

Em Homenagem aos Natalenses, cidade onde eu resido há mais de 37 anos como Emigrante Transmontano "Luz & Tano", eu deixo aqui o meu poema alegórico a este recanto da cidade do Sol e da Poesia!...

O Beco da Lama!
Ali no Beco da Lama,
Onde vive a boémia,
Tem Muita birita, muita cana!
Corre o verso e a poesia.
Solta ao som da viola,

E do pandeiro ao cavaquinho,
Ali no Beco da Lama,

O tempo passa devagarinho!
Ali no Beco da lama,
Onde eu passo todo o dia…
Tem mau-cheiro e muita má fama,
Mas também tem muita folia!
Ali no Beco da lama,
tem pagode, tem seresta, tem lá muita cantoria.

- E tem até noites de dor e cama!
E tardes de muita estrepolia.
Porém eu lá passo todo o dia,

É p'ra cumprir minha promessa,
De tirar o pé da lama, e viver sem muita pressa!
Ali no Beco da Lama,

Em tardes ensolaradas,
Tem casas escancaradas,

Fecha a rua o tempo todo!
Quem passa por lá, não passa,

... sem escutar o som do lodo.

Ali no Beco da Lama,
Não existe mordomia.
Todo mundo bebe e canta,

Ao som de algum violão...
Tem cadeira e tamborete,

E tem até gente no chão,
A dormir pela calçada,

Depois de muita cachaça...
Ali no Beco da Lama,

Onde a tristeza não tem graça!
Ali no Beco da Lama,

Aonde eu passo todo o dia,...
Muito folião ali passa,
Em dias de muita alegria.
- Tem poetas, escritores, pichadores da agonia!
Pensadores e muitos cantores,
Tudo das coisas da boémia.
Imitantes!, intrujões da voz do “Nelson Gonçalves”,
Tem até os figurões da política como os "Alves".
Tem Os “Maias” e outros tipos, ali todos se consagram.
Ali no Beco da Lama, vozes roucas não se apagam.

E depois da primeira lapada,

Ali no Beco da Lama,
onde eu passo todo o dia
tem café quente, e até caldo!,
- de Cana p'ra boémia!
Ali no Beco da Lama,
A rua fica entulhada.
De mesa em mesa ela chama;
Ó garçon!...sai mais uma!, e bem gelada!

Traz mais “uma” rapidinho!,

- aqui p'ro amigo cantor.
Ele não bebe cachaça,

- sou mais eu, sou mais vinho!
E ele me faz versos de amor.
Cá por mim só bebo Cana,

Nem que seja da quinta cabeça!
Canto o meu verso a quem ama,

Que de mim jamais se esqueça!
Que ali no Beco da Lama,

- onde eu passo todo o dia,
Me vejo a sumir no cansaço,

- de viver a poesia!

Autor; Silvino Potêncio - Emigrante Transmontano em Terras Potiguares - Nov.2006 Publicação original no MEU Blog:zebico.blog.com  (desactivado)

Nota: O BECO DA LAMA  é um dos meus poemas mais antigos já escrito aqui em Natal - embora tenha sido divulgado no meu Blog em 2006,  já o tinha escrito bem antes e,  eu escolhi esta música de fundo para acompanhar este meu poema por dois motivos: primeiro pelo facto de ter sido um dos primeiros que eu dediquei aos amigos (poetas ou não) Natalenses... e segundo pelo facto de Nelson Gonçalves ter sido o Cantor Luso-Brasileiro que mais me impressionou pelo romantismo do seu "vozeirão!... límpido e cristalino, uma dicção primorosa da Língua Portuguesa... que eu tive a ventura de poder ouvir e escutar ao vivo aqui mesmo em Natal... Lá no Pier do Yacht Club de Natal ao Sol Pôr do Rio Potengi - uma noite memorável sem dúvida!

 

Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 27/08/2010
Reeditado em 17/03/2019
Código do texto: T2463225
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.