Para Vó Nice

Alzheimer é uma forma comum de demência incurável e terminal. Afeta pessoas acima de 65 anos e cerca de 2.6 milhões de pessoas no mundo foram diagnosticadas como portadoras do mal de Alzheimer.

Essa doença leva o paciente a desligar-se da realidade.

Hoje, minha vó paterna veio almoçar em casa, um almoço de domingo em família.

O dia está lindo lá fora, claro, com sol batendo nas árvores dando a elas uma cor mais radiante e um brilho incomum. Minha vó, porém, não consegue mais apreciar as belezas símples que um domingo pode oferecer.

Hoje, ela me abraçou dizendo que me ama, me colocou perto de seu rosto e disse que precisava de um beijo ao qual eu meio sem saber direito o que fazer, dei ,mas estranhamente a beijei.

Não entendo por que pessoas boas tem que passar por toda essa dor até que chegue o suspiro final. Há muitas perguntas as quais nunca saberemos as respostas, então penso que é preciso ter fé.

A fé que nos faz acreditar no que não se vê e no que não entendemos. Faz-se necessário entregar o que não temos controle nas mãos de uma força que está acima de nós.

Há muito o que aprender sobre o amor, sobre a dor ,sobre dar um beijo e demonstrar afeto.

Cada dia é uma página a mais sendo escrita na história de nossas vidas.

Segundo Einstein uma das formas de viver a vida é acreditar que todas as coisas são um milagre. Ainda amamos e compreendemos o mundo de forma imperfeita e as deficiências da alma embaçam a visão.

Luciana Bruder
Enviado por Luciana Bruder em 30/08/2009
Reeditado em 13/05/2012
Código do texto: T1783176
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