"Homenagem a Mim Mesma"

Se eu não me amar, quem vai me amar mais do eu mesma.

Se eu não gostar de mim, do que faço, nem eu vou acreditar em mim.

Por isso resolvi dar meia volta, dar um basta nos bestas.

E quem não gosta de mim vai começar a me ver com outros olhos.

Essa mulher frágil, meiga, bonita e carinhosa tem uma história de vida linda, vou lutar para mostrar que tenho valor.

Vou tirar o chapéu pra mim.

Para início de conversa fazer história nesse país sendo pobre, é um milagre.

Sair de uma tribo índigena de Pernambuco e chegar nessa cidade

para história e ser chamada de gente, é fazer história.

Eu não sou inteligente mas, me acho esforçada e forçada a entrar no mundo das letras para me sentir gente, gente do Brasil.

Dizem que somos os donos dessa terra, que terra, que chão, não foi eu que construiu nada, eu nem sei plantar! Quando eu cheguei aqui tudo estava no lugar, só não havia poluição e maldição.

Os homens grandes a poluiram com suas ambições e, estão se matando para terem mais terras, que se matem, que se danem. politicamente estou errada. Eu não tenho casa para morar mas, sou feliz.

Vou tirar o chapéu para meu pai (in-memorian) já se foi sem ver sua filha mais velha terminar a universidade. Minha mãe, índia, linda brasileira, meiga, selvagem, sem maldade, morreu, não aguentou a vida de nossa gente.

Hoje vou homenagear a mim, com palavras, discretas, indiscretas, suaves palavras, duras palavras.

Eu me amo porque consegui chegar até aqui.

Apenas é o início do topo, quero chegar lá. Fazendo o que gosto de fazer, ensinar, levar o conhecimento, ajudar a desbravar a ciência, que é o conhecimento. Ser portadora da voz que clama por um Brasil melhor, avante Brasil, lutemos, levantemos nossa voz, bradando o que diz na letra do hino nacional. Nação brasileira.

telma Bezerra.