O sujeito e o verbo

Dia desses, li numa rede social a seguinte oração: “Acredito que só o amor dar prazer à vida.” Quero crer que o texto não passou por um processo de revisão e o que houve aqui foi um infeliz erro de digitação. Mas vou aproveitar este episódio para falar algumas palavras sobre a relação do sujeito com o verbo.

Mesmo existindo as chamadas orações sem sujeito e situações em que não se pode ou não se quer determiná-lo, sabemos que o sujeito é um dos termos essenciais da oração. Mas afinal, como encontrar o sujeito de uma oração? Se você pensou que o sujeito é aquele que pratica uma ação, esqueça. Apague isso imediatamente da sua mente, pois nem todo sujeito pratica uma ação.

Os livros estão dispostos na estante por ordem alfabética. Ora, diga-me qual a ação realizada pelos livros?

Sujeito é o termo da oração sobre o qual se declara algo. Em regra geral,

o sujeito deve concordar com o verbo em número e pessoa do discurso.

Quem estão dispostos na estante por ordem alfabética? Os livros (sujeito).

Livros é o núcleo do sujeito e estão é o verbo estar flexionado na 3ª pessoa do plural (Eles estão). Note a substituição: Eles estão dispostos na estante por ordem alfabética. Assim eu provo que o sujeito está em perfeita concordância com o verbo.

Observe agora a oração que abriu esta aula, escrita da maneira correta:

Acredito que só o amor dá prazer à vida.

Eu poderia usar o verbo na sua forma nominal (infinitivo) sem incorrer em erro?

Sim, utilizando uma locução verbal. Veja: Acredito que só o amor pode dar prazer à vida.

O verbo poder está flexionado no singular da 3ª pessoa do discurso (referente) concordando agora com o sujeito “só o amor” substituível por ‘só ele’.

Até a próxima!