CONCORDÂNCIA VERBAL (3)
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Sujeito Simples e Composto
OS PRONOMES DE TRATAMENTO exigem o verbo na [3ª pessoa] (singular ou plural), embora se refiram a 2ª pessoa:
● Vossa Excelência agiu (não agiste) com moderação.
● Vossas Excelências se enganaram (não enganaste).
Não se esqueça de que [você] também é um pronome de tratamento:
● Você está (não estais) absolutamente certo.
DE NÓS, DE VÓS, DENTRE NÓS - SE ANTES DE QUALQUER DESTAS expressões vier um pronome indefinido (alguns, muitos, poucos, etc.) ou interrogativo (quais? quantos? etc.), no plural, há duas situações a considerar:
1ª. O verbo vai para a [terceira pessoa do plural], concordando com o pronome indefinido ou interrogativo:
● Alguns de nós partiram. (alguns partiram)
● Poucos dentre nós conhecem as leis. (poucos conhecem)
2ª. O verbo concorda com o pronome pessoal - nós ou vós:
● Alguns de nós partimos.
● Poucos dentre nós conhecemos as leis.
Mas, atenção: com o pronome interrogativo ou indefinido no singular, o verbo fica, obrigatoriamente, na [terceira pessoa do singular]:
● Algum de nós partiu. / Qual de nós sairá?
COM O PRONOME RELATIVO [QUEM] o verbo fica na terceira pessoa do singular ou concorda com o antecedente do pronome (eu, tu, nós, etc.): Somos nós quem duvida. Ou: Somos nós quem duvidamos.
● Foram eles quem escreveu (ou escreveram) errado.
Mas, atenção: Se no lugar de [quem] aparece [que], o verbo concorda somente com o antecedente, ou seja, com o pronome do caso reto:
● São coisas que passaram. / Somos nós que duvidamos.
● Foram eles que escreveram errado.
UM E OUTRO / NEM UM NEM OUTRO - Nos sujeitos formados por essas expressões, o verbo concorda de preferência no plural, mas admite o singular: Um e outro livro me agradaram ou agradou muito.
● Nem uma nem outra foto prestavam ou prestava.
● Uma e outra família tinham ou tinha parentes no Rio.
O substantivo que se segue à expressão [um e outro] só se usa no singular:
● Uma e outra coisa lhe desagradam.
COM [UM OU OUTRO] o verbo concorda no singular:
● Sempre tem um ou outro que vai dando dinheiro.
● Uma ou outra pode dar o lugar a senhora.
NOS SUJEITOS UNIDOS POR [OU] há duas situações a considerar:
1ª. Se a conjunção [ou] indicar exclusão, ou a idéia de exclusão, o verbo concordará com o núcleo do sujeito mais próximo:
● Luís ou Manuel apitará nosso jogo amanhã.
Quantos juízes existem numa partida de futebol? Somente um. Então a conjunção [ou] nos indica que haverá uma exclusão. Ou o Luís apitará, ou o Manuel. Veja esses outros exemplos: Eu ou Ele casará com Teresa.
● Ele ou Eu casarei com Teresa.
2ª. Se a conjunção não indicar exclusão, ou não der idéia de exclusão, o verbo concordará no plural:
● Luís ou Manuel (ou ambos) viajarão conosco.
● Eu ou ele (ou ambos) jantaremos com Teresa.
COM [UM DOS QUE / UMA DAS QUE], o verbo pode ir para o plural (o mais comum) ou ficar no singular (o mais raro) os escritores modernos preferem o plural: Paulo é um dos que mais estudam.
Deixa-se, contudo, o verbo no singular quando se deseja destacar o indivíduo do grupo: Robinho é um dos jogadores brasileiros que mais se destacou.
HAJA VISTA, e não haja visto. Pode ser construída de dois modos:
1º. A expressão fica invariável, seguida ou não da preposição:
● Haja vista os livros desse autor. (= por exemplo, veja)
● Haja vista aos livros desse autor. (= atente-se para)
2º. Pode variar o verbo se a expressão não vier seguida de preposição: Hajam vista os livros desse autor (= tenham vista).
Note que [vista], nesses casos, fica sempre invariável. ®Sérgio.
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Concordância Verbal (1) – Sujeito Simples.
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Concordância Verbal (4) – Sujeito Composto.
Concordância Verbal – Exercícios – Segunda Parte.
Concordância Verbal – Exercícios – Terceira Parte.
Concordância Verbal – Exercícios – Primeira Parte.
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Ajudaram na elaboração deste trabalho: Cegalla, Domingos Paschoal. Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1996. / Rocha Lima, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa. 45ª ed. Rio de janeiro: José Olympio, 2006.
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