DESMASCARANDO A CONSULTORA DO CIBERÚVIDAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

A consultora linguística do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, Ana Martins, em artigo publicado no semanário ‘Sol’ de 10 de Janeiro de 2009, na coluna ‘Ver como Se Diz’, afirma que “A expressão «não faz sentido», a par de outras equivalentes como «não tem lógica», «não bate certo», é completamente vazia e, por isso, tanto se presta a defender como a refutar um argumento, seja ele de que natureza for. Por outro lado, porque se apresenta escorada no mais sólido bom senso, tem o efeito de fazer calar o interlocutor”.

Tenha cuidado com as suas afirmações taxativas quando corrige os erros na língua.

As expressões “ter sentido”, “fazer sentido” estão abonadas no idóneo dicionário 'Houaiss' do português europeu, respectivamente com as acepções: não ser descabido, ser aceitável, concebível e ter significado, ser compreensível, lógico. Sempre foram e serão usadas legitimamente.

É abusivo inventar a sua recusa sob o pretexto de que são “completamente vazias”, na ideia de que apresentam um parecer sem refutação possível.

Temos de aceitar que quem as emite terá o direito democrático de o sentir e de o dizer. O mesmo penso de “não tem lógica”, “não bate certo” quando as questões forem assim “para mim”; sem com isso pretender calar o interlocutor, que pode argumentar da mesma forma, até haver lógia ou bater certo.

A senhora não faz lei na língua. Para mim, faz mais o jornalista Mário Costa. Acima das investigações linguísticas que buscam a originalidade, está o respeito pelos hábitos linguísticos já consagrados dos falantes.

Não tenho nada contra a linguista Ana Martins. Nada, a não ser as posições que alguns tomam de donos da língua. Um dos meus exemplos de defensores da nossa língua foi Vasco Botelho de Amaral, que disse: «Eu não mando na língua (nem ninguém manda...)».