A vírgula entre o «sujeito» e o «verbo» (outra vez)

Não faz muito, comentei aqui que não se separa por VÍRGULA o «sujeito» do «verbo».

O Sr. José Carlos de Almeida, autor do livro Ensaboado & Enxaguado, no entanto, insiste em não ser razoável. Reparem nesta frase extraída da página 92 da referida obra:

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Xiringar (que deriva erradamente de seringa), não existe. Não seja teimoso! Xiringar é lixo!

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Seria caso de parodiar: não se separa por vírgula o sujeito do verbo. Não seja teimoso! É errado!

A pobreza de conhecimento do uso da vírgula de José Carlos de Almeida é tão evidente, é tão preocupante, é tão avassaladora, que ele continua a insistir. Reparem, agora, nestas frases extraídas da página 113:

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Frauda, não existe.

Fralda, é a forma correcta.

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Ante isso, num só texto, não há como deixar de perguntar: Alguém que frequentou direitinho a escola, mesmo somente até a 4.ª classe, separará por vírgula o sujeito do verbo? Respondam, eu já estou cansado de responder…

A Educação angolana continua a ir de vento em proa…

Notem que o autor não sentiu nenhum pejo em separar por vírgula o sujeito do verbo, algo que a língua, em nenhum momento da sua história, admitiu.

Não se separa por vírgula o sujeito do verbo. José Carlos de Almeida, no entanto, escreve (que maravilha!) tanto «Frauda, não existe» quanto “fralda, é a forma correcta ”. É extraordinário! Se me pedissem para fazer uma comparação, eu a faria deste jeito: escrever Frauda não existe a par de “Frauda, não existe” é o mesmo que «registar» salsicha a par de “xalxixa”. Não, por favor, não riam, porque não há mesmo diferença nenhuma! A tolice é a mesma. Imaginem agora um líder em quem confiam (ou devem confiar). Ele marcha para o precipício, estão a ver que o desastre é iminente, ele se lança no vazio e nele se some. O seguiriam? O Ensaboado tem força de lei. Mas se uma lei os manda ir pro buraco, vão? Claro que não.

Quem tem o Ensaboado está num mato sem cachorro. Convém ressaltar que o livro em causa foi correcto por Maria Luísa Fançony, Dr. Armindo Gameiro e Dr. Armindo Vilela, segundo José Carlos de Almeida na página 19 desse mesmo livro. Ora, se não se pode bater nem em um nem em outro, em quem vamos bater? No dito-cujo?…

E pensar que certos “professores” insistem em levar a seus alunos Avran Noam Chomsky, Jacques Lacan, Roland Barthes, André Martinet, etc., vangloriando-se disso, mas não conseguem fazer com que eles saibam distinguir um sujeito de um objecto directo. Freud, que foi mestre de alguns desses linguistas, tem boa explicação para isso… Aliás, nessa área, sabem quando vamos ganhar um Nobel?…, servindo-me de uma frase de Sacconi, se a memória me é fiel.