"DE ELE" OU "DELE"?
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Descomplicando a Língua
Na língua oral, ou seja, na fala a tendência é fazer a fusão: [dele]. Com efeito, é impossível resistir a tentação de fundir de + ele.
Muitos estudiosos e ótimos autores consideram "dele" um fato mais que consagrado, sobretudo na fala. O que nos leva a concluir ser um caso facultativo, isto é, tanto faz um ou o outro.
Entretanto, se você quiser ser, absolutamente, lógico, a gramática diz que a preposição [de] não se funde com o sujeito do infinitivo (forma nominal do verbo). Observe a seguinte frase:
● Eu cheguei na hora de ele sair.
Qual é o sujeito do infinitivo [sair]? Só pode ser quem irá sair, isto é, [ele]. Se o sujeito é [ele] a preposição [de] não faz parte do sujeito e, portanto, não pode fundir-se com o artigo [ele]. Do mesmo modo:
● É hora de ele fechar.
● Eu cheguei antes de ela sair.
O mesmo caso se aplica aos artigos [o, a, os, as]:
● No caso de o programa se alterar...
● É hora de a festa acabar.
● Chegaram antes de a agência abrir.
● Está na hora de o candidato falar.
Quem vai sair? Só pode ser [ele]. Se o sujeito é "ele" a preposição [de] não faz parte do sujeito e, portanto, não pode fundir-se com o pronome [ele].
Cabe lembrar que, esse caso, não tem nada a ver com os outros casos de fusão da preposição com os artigos [o, a, os, as], ou com os pronomes [ele, ela, eles, elas]. Por exemplo:
● A casa dele foi invadida pelos ladrões.
● O computador da escola está na oficina.
Ninguém irá dizer ou escrever: A casa de ele foi invadida..., ou: O computador de a escola está na oficina. ®Sérgio.
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