A PAR/AO PAR.À-TOA/À TOA. AO INVÉS DE/ EM VEZ DE/. ESTADA/ESTADIA. COTA/QUOTA. VIAGEM/VIAJEM. MAL/MAU. NEM UM/NENHUM. MENOR DE IDADE. TAMBÉM/TÃO BEM. TAMPOUCO/TÃO POUCO...

A PAR (bem informado): Já estou a par do que ocorreu no vestiário.

AO PAR ( equivalência cambial): Há tempo o dólar está ao par do real (frase certa, mensagem errada!)

À-TOA (adjetivo: vil, desprezível): Até pelo jeito de falar sentimos tratar-se de uma pessoa à-toa.

À TOA (advérbio: sem rumo, sem razão, inutilmente): Andei horas à toa.

AO INVÉS DE (ao contrário de): Deu tudo errado: Ao invés de entrar, ele saiu.

EM VEZ DE (no lugar de): Em vez de ir a pé, ele foi de bicicleta.

DAR À LUZ = DAR A LUZ A (parir): Deu à luz um bebê enfermo. Deu a luz a um bebê enfermo.

COTA=QUOTA: Com a burrice das cotas, o Brasil preencheu toda a quota de burrice que tem direito.

ESTADA (para pessoas) e ESTADIA (para carros e navios): Permanência em algum lugar. Minha estada na cidade foi a mesma da estadia do meu navio no porto.

VIAGEM (nome) e VIAJEM (verbo): Deixem que eles viajem agora. Nossa viagem fica para dezembro.

MAL (advérbio): Ele passa mal; elas passam bem.

MAU (adjetivo): Ele é um homem bom, mas ela é má.

MAISENA é com S (há uma marca com Z, uma marca de ignorância. Depois de ditongo se escreve S, não Z).

MENOR DE IDADE (“de menor” é errado): Ela já não é menor de idade.

MISTO: Gosto de misto quente (não de MIXTO).

NEM UM (nem sequer um): Não comi nem um chocolate (ela comeu dois). NEM UM nem outro tinha razão.

NENHUM (pr. indefinido variável): Nenhuma pessoa entra aqui. Nenhum animal também.

TAMBÉM (palavra denotativa de inclusão): Eu vou também.

TÃO BEM: Nunca comi tão bem. Nunca vivi tão mal.

TAMPOUCO (também não). Ela não vai. -Tampouco eu.

TÃO POUCO (adv+ adv): Nunca comi tão pouco.

TÃO POUCO (adv+ adj): Nunca vi tão pouca gente numa festa. Tão poucas pessoas assim, acho que vai sobrar bebidas. –Também acho.

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A PROPÓSITO DA EXPRESSÃO "DAR À LUZ" (a que Domingos se referiu no comentário):

Eu aprendi que "dar à luz" significa "parir". Tal expressão foi criada precisamente para significar este ato entre os humanos, porquanto "parir" é um termo usado para os animais. Durante muito tempo foi, e ainda é, usada a palavra "descansar". Esta é mais elegante e se usa exclusivamente para as mulheres. E também trás á tona ou faz lembrar o período de cansaço, de fadiga, de ansiedade, de medo e de expectativa que envolvem uma gravidez.

O termo "parir", usado para nossa espécie, chega a ser um ultraje, uma afronta, um deserespeito.

Tanto que, quando alguém quer insultar uma mulher que deu à luz um bebê, diz sarcasticame "Fulana pariu"!. Compara-a pejorativamente, então, a uma cachorra, a uma vaca, a um gata, a uma besta, etc.

O termo "dar à luz", mais elegante, mais poético, até porque envolve uma linda metáfora, surgiu e se firmou. É um termo adequado, pois, além de belo, sugere um ato sublime: Alguém que estava no escuro de um últero, vem para o mundo claro, que é metonimicamente simbolizado pela luz.

Mas, aprendi também que DAR À LUZ, pode, opcionalmente, ser substituído pro DAR A LUZ A, até porque, sintaticamente analisando não há diferenças.

Vejamos: Quem dá, dá algo a alguém. Portanto, o verbo pede objeto direto e indereto. Alguns falam em "verbo bitransitivo".

Quando em situações assim, o objeto direto pode vir antes ou depois do objeto indireto. Na expressão "dar à luz um bebê", o objeto indireto veio antes do direto, razão pela qual foi usada a crase, que implica a presença da preposição "A" (+ o artigo "A" de "a luz").

NO caso de "DAR A LUZ A UM BEBÊ", a oração é a mesma, porém, no caso, quem passa a ser o objeto indireto é "um bebê".

A diferença que há é desprezível: No primeiro caso, a "luz" recebe o bebê"; no segundo, o bebê é quem recebe a luz. O uso de uma ou outra expressão não causará ruídos comprometedores na transmissão da mensagem, isto é, na comunicação. E isso é o que mais importa.

Aliás, conforme sempre digo: A principal razão de se estudar Gramática é a de nos capacitar a comunicar um pensamento da forma menos "ruidosa" possível. Adcionalmente, aprendemos a ser mais elegantes, concisos e objetivos ao escrever.

Portanto, se a espressão "DAR A LUZ A" foi "banida", segundo Domingos afirma, isso foi feito arbitrariamnente, sem justificativa gramatical ou linguística plausível. Como não fui ainda suficientemente convencido, continuo a usar e a recomendar o uso das duas expressões.

Se bem que sou extremamente receptivo às mundanças, sobretudo no que concerne à língua, desde que, claro, seja efetivamente dissuadido ou convencido com sólidos argumentos. Simplesmente dizer: "Tal expressão foge da norma padrão", isso não é suficiente.

Também: Sou pouco dado a discussões bizantinas, porquanto escrevo visando precipuamente ao público em geral e não para especialistas. E para tal público, existe muita matéria consensual, à espera de que alguém a explicite didaticamente.

Pedro Cordeiro
Enviado por Pedro Cordeiro em 19/08/2012
Reeditado em 23/08/2012
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