Alfabetos e Fonética


Sob este tema, falarei um pouco sobre o alfabeto latino (que nós utilizamos na língua portuguesa) e os sons de alguns idiomas.

O tema principal é a confusão das letras S, Z e X, bem como C, Q e K, sem falar no G e no J. Se você escrever para uma criança GA, GE, GI, GO, GU, ela vai ficar confusa por causa dos sons que o G assume diante do E e do I (som da letra J).

O S tem som de S e de Z. Veja as palavras SAL e CASA. O S tem dois sons diferentes. E para completar, temos o Ç, como em caçula, e o X, como em AUXÍLIO, todas com o mesmo som do S.

O C tem algo do G quando se faz o sistema CA, CE, CI, CO, ... O C assume som de S perante o E e o I, como faz o G assumindo o som de J.

Essas aberrações não acontecem com o alfabeto grego, onde cada letra tem o som específico. É pena que o grego não conheça o som de J (Jesus é Iesous) e nem do V (David ér DAUID).

Outro som que o grego desconhece é o Z puro, pois a letra ZETA tem som de DZ, e é pronunciada DZETA. O grego tem outros sons que nós representamos com duas letras. Por exemplo, a letra PSI é uma só. Assim temos PSALMOS, onde PS é uma letra só (PSI), e PSIXÊ (psiquê).

Há também a letra KSI, representada por um único caractere, enquanto no nosso alfabeto, usamos o CS (hicso) e o KS (Jackson). Às vezes representamos esse som com a letra X (FIXO). Aí a confusão aumenta um pouco, pois  X já tem som de CH (Xícara), de Z (exílio), e de S (auxílio).

Por mim, está tudo bem. Acho até que uma bela característica do nosso alfabeto e da nossa língua. O problema é que dificulta as aulas. Por essa razão eu defenderia uma reforma alfabética, na qual o S teria sempre som de S, o X teria som de KS, o "Q" só serviria para palavras como QUALIDADE, INIQUIDADE, e fora disso seria usada a letra K. O G seria sempre pronunciado como na palavra GOIABA. O som de J seria representado unicamente pelo J, e nunca pelo G, como em gema.

Mas tal reforma talvez só fosse boa para ensinar as crianças, que não estariam contaminadas pela mistura de fonemas e caracteres existentes hoje no português e em outros idiomas que utilizam o alfabeto latino. Para os adultos, seria uma tortura. Para os internautas talvez fosse uma maravilha, pois eles já procuram facilitar a comunicação escrita, embora com certo grau de exagero.

O próximo texto envolvendo o alfabeto latino abordará o idioma inglês, que possui aberrações de pronúncias tanto em fonemas consonantais como (e principalmente) nos vocálicos.

António Fernando
Enviado por António Fernando em 20/07/2012
Reeditado em 18/06/2013
Código do texto: T3789148
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