FLEXÕES DO INFINITIVO PESSOAL

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Regras Básicas

 

O infinitivo é forma nominal do verbo; chama-se forma nominal, porque além do valor verbal, pode ter a função de nomes – substantivo, adjetivo e advérbio.  O infinitivo pode apresentar-se flexionado e não flexionado. O infinitivo pessoal é o ligado às pessoas do discurso. Na primeira e na terceira pessoa do singular, não apresenta flexão ou terminação: cantar (eu), cantar (ele), cantares, cantarmos, cantardes, cantarem.

O uso do infinitivo é uma das questões mais polêmicas e controvertidas da língua portuguesa, é impossível formular normas inflexíveis, pois apresenta soluções divergentes. Há casos em que é preciso considerar regras conflitantes. Como já reiterei em outros textos, minha intenção, além de esclarecer, é a de orientar aqueles que se preparam para um concurso ou exame vestibular. De modo que tenho de recorrer à gramática tradicional. Portanto, as regras abaixo expressam, de forma geral, o consenso de boa parte dos gramáticos, tanto "tradicionais" quanto "modernos", a respeito do assunto:

O Infinitivo Pessoal (flexionado) emprega-se nestes casos:

a) Quando tem sujeito próprio, distinto do sujeito da oração principal. Em outras palavras, quando seu sujeito e o do verbo principal são diferentes: Peço-lhes (eu) o favor de não chegarem (eles) atrasados.

   (nós) Acreditamos serem eles os causadores de tamanha confusão.

   (Ele) Escreveu uma longa carta para eles lerem.

   Mamãe (ela) fará o almoço para (nós) comermos.

Obs.: Se o sujeito for o mesmo, a flexão do infinitivo não é necessária:

   Declararam (eles) estar (eles) prontos. Devemos sorrir ao invés de chorar.

   Para (nós) conseguirmos sair, (nós) precisamos abrir a porta.

Dica na aplicação desta regra: substitua o infinitivo por um tempo finito (indicativo ou subjetivo, em geral):

   Peço-lhes o favor de não chegarem (= que não chegassem) atrasados.

   É preciso saírem logo (= que saiam) logo.

   É melhor vocês saírem (que vocês saiam) agora.

Exceção: com os verbos deixar, fazer, mandar, ver, ouvir e sentir, o infinitivo fica no singular: Vi tantos homens perder o juízo. Deixei-os sair cedo hoje.

   Vi-os entrar atrasados.

b) Quando o sujeito é indeterminado, pois há diferença entre os sujeitos dos verbos: Disseram para acabarmos o trabalho.

   Faço isso para não me acharem inútil.

c) Quando o Infinitivo é o sujeito: O quereres tudo me surpreende.

   Se tu não perceberes isto... ®Sérgio.

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Informações foram retiradas e adaptadas ao texto de: Cegalla, Domingos Paschoal, Novíssima Gramática da Língua Portuguesa; Editora Nacional, 2005. / Savioli, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. Ed. Ática, São Paulo, 1993.

Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 24/10/2011
Reeditado em 17/07/2012
Código do texto: T3296301