AS VOZES DO VERBO
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Estudos Gramaticais
Voz do verbo é a forma que este assume para indicar que a ação verbal é praticada ou sofrida pelo sujeito. Três são as formas verbais: a ativa, a passiva, e a reflexiva.
A VOZ ATIVA – Um verbo está na voz ativa quando a flexão verbal nos indica que o sujeito é quem pratica a ação expressa pelo verbo, ou seja, ele é o agente da ação: Os jogadores ganharam o torneio.
• O sujeito da oração é representado por: Os jogadores (foram eles que ganharam o torneio). São, portanto, os "agentes da ação expressa pelo verbo". Se o sujeito é o agente da ação, a forma verbal [ganharam] está na voz "ativa".
• "O torneio" funciona como objeto do verbo e representa o "paciente da ação" na voz ativa.
• De modo prático, a estrutura básica de uma oração na voz ativa se compõe de: Um sujeito agente + verbo de ação + objeto paciente.
● Um ladrão + roubou + seu carro. - O caçador + abateu + a ave.
● As doenças afligem o homem.
● As águas isolavam as aldeias.
● O pai acompanhava a noiva.
A VOZ PASSIVA – Um verbo está na voz passiva quando a flexão verbal nos indica que o sujeito é quem sofre a ação expressa pelo verbo: O torneio foi ganho pelos jogadores.
• Jogadores, agora, expressa a ação verbal na voz passiva, por isso denominado agente da passiva. É introduzido normalmente pela preposição [por], que pode vir combinadas com os artigos [o, os, a, as] nas contrações: pelo(s), pela(as).
• Apesar das diferenças formais entre as vozes ativas e passivas, as orações continuam transmitindo a ideia de ação: "jogadores" continua o agente.
• A nomenclatura gramatical considera duas estruturas possíveis para a voz passiva: a passiva analítica e a sintética ou pronominal.
1. A Passiva Analítica é formada normalmente pelo verbo auxiliar ser, estar, ficar, seguido do particípio do verbo principal:
● O Homem é afligido pelas doenças.
● A aldeia estava isolada pelas águas.
● O jogador foi afastado pelo técnico.
● A noiva vinha acompanhada pelo pai.
● A gazela estava sendo devorada pelo leão.
=> A passiva analítica, de preferência com a omissão do agente da passiva, foi muito usada pela mídia, na ditadura militar, devido à censura. A mídia precisava informar sem ferir a imagem do governo: "Policia Militar espanca trabalhadores"; tornava-se: "Trabalhadores são espancados".
2. A Passiva Sintética ou Pronominal é formada por um verbo ativo (t. direto ou direto e indireto) na 3ª. pessoa, seguido de pronome [se] (apassivador): Vendem-se casas (Casas são vendidas = Ativa)
● Organizou-se o campeonato.
● Discutiram-se os programas.
NA REFLEXIVA a forma verbal indica que o ser representado pelo sujeito faz (agente) e recebe (paciente) a ação verbal. Em outras palavras, ele ao mesmo tempo pratica e recebe a ação verbal: Carlos cortou-se com um canivete. A forma verbal cortou-se está na voz reflexiva, porque Carlos é, a um só tempo, agente e paciente, ou seja, ele praticou e recebeu a ação de cortar-se.
Na voz reflexiva, o verbo é sempre transitivo (direto ou direto e indireto) e tem como objeto um dos pronomes oblíquos átonos (pronomes reflexivos) me, te, se, nos, vos. Para sabermos se é reflexivo, basta acrescentar a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, a nós mesmos, a vós mesmos, respectivamente. O verbo reflexivo é conjugado com os pronomes reflexivos:
● Considera-te (a ti mesmo = objeto direto) aprovado?
● O garoto feriu-se (a si mesmo = objeto direto).
● O preso suicidou-se.
● O coração nunca mais se (obj. direto) libertava do seu poder (obj. indireto)
Observações: os verbos dos exemplos não expressam, sozinhos, a reflexibilidade. Esta surge com a presença do pronome oblíquo átono da mesma pessoa do sujeito. O pronome substitui o ser que recebe a ação vinda do verbo.
Não se deve atribuir sentido reflexivo a verbos que designam sentimentos como: queixar-se, alegrar-se, arrepender-se, zangar-se, indignar-se e outros. A prova de que não são verbos reflexivos é que não se pode dizer.
Outros Exemplos:
● O garoto magoou-se.
● Nós nos perdemos na serra.
A Voz Reflexiva Recíproca denota reciprocidade, ação mútua ou correspondida. Os verbos, nesse caso, são usados, geralmente, no plural. O pronome oblíquo corresponde a um ao outro, mutuamente:
● Os Presidentes se cumprimentaram (mutuamente).
● Amam-se (amam um ao outro) como irmãos.
● Os dois pretendentes insultaram- (um ao outro, mutuamente) se.
● Gustavo e Amanda se casaram.
● Eles se amam muito.
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Bibliografia: Cegalla, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. Ed. Nacional, São Paulo, 1988. / Savioli, Francisco Platão. Gramática em 44 lições. Ed. Ática, São Paulo, 1993.
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