NOSSA LÍNGUA E O INGLÊS (NÃO TENHA MEDO DE APRENDÊ-LO)

Nas oportunidades que tive de ministrar aulas de Língua Portuguesa, sempre consegui convencer alguns discípulos de que não faz sentido ter medo de estudar Inglês, pela dificuldade que a língua apresenta.

Eu costumo perguntar qual a razão ou as razões que levam o estudante a temer o envolvimento com esses estudos. As respostas mais comuns são: A pronúncia e a gramática. Uns usam a primeira e outros a segunda como argumento para justificar os seus temores.

Se o motivo é a pronúncia, então eu respondo: Mas você já está acostumado desde criança a lidar com dificuldades na pronúncia e nunca teve medo. Então o pupilo ou a pupila pergunta: "Como assim? Quais as dificuldades que enfrento desde criança e ainda não percebi?" E eu replico: Você pronuncia Brasil corretamente, mas na palavra Brasil não existe a letra Z nem a letra U. Você diz EXÍLIO, e nem se dá conta de que o Z não existe na segunda sílaba nem o U na segunda (ezíliu). Você diz CESSAR, com dois sons de S, mas um deles é escrito com C. Com esse mesmo C você pronuncia CASA e nem se dá congta de que o C já se travestiu de K, e o S está com som de Z. Existem tantos exemplos que acho melhor nem falar, para não confundir sua cabeça (com cedilha). O Inglês nem possui o cedilha. Que letrinha mas sem sentido. Eu tenho uma ojeriza especial pelo C e pelo Cedilha, que nem se escreve com cedilha. Essa letra nem existe no alfabeto. É só para dificultar a nossa língua escrita, pois a língua falada (PORTUGUÊS) é uma das coisas mais bonitas do mundo. É rica em sentimento, em expressividade, em variantes linguísticas.

Epa! Já ia me perdendo no tema, pois estamos falando das dificuldades da escrita e não da lindeza da fala.

Então vamos ao segundo argumento: as dificuldades gramaticais. Então eu digo ao meu preocupado e temeroso aluno: Você sabe conjugar um verbo simples em português? Ele começa a conjugar e, geralmente comete erros, quando aparece um verbo defectivo ou irregular, ou um tempo mais "complexo" como o futuro do pretérito. Eu digo, então: Já que você não conseguiu em português, vamos conjugar em inglês. Eu só lhe peço uma coisa: que aprenda as pessoas, pois nessa língua acrescentam-se ELA (she) e ele/ela para animais e coisas (IT), para ficar mais coerente com a realidade. Aprendidas as pessoas, o resto é tão simples que nem dá trabalho aprender. Então cito o primeiro exemplo: Um verbo no pretérito: I LIKED, YOU LIKED, HE LIKED, SHE LIKED, IT LIKED, WE LIKED, YOU LIKED, THEY LIKED. Vocês perceberam que as oito pessoas utilizaram a mesma palavra para GOSTEI, GOSTASTE, GOSTOU, GOSTAMOS, GOSTASTES, GOSTARAM?

E aí? Gostou da facilidade? É simples demais.

O aluno fica convencido de que eu tenho razão ao dizer que a gramática é mais fácil, a começar pelos verbos, que eu considero uma das partes mais difíceis das línguas neo-latinas. Essas línguas nasceram com complexos artigos, quando o latim não possui nenhum artigo.

Como estamos tratando da Língua Portuguesa, essa possui oito artigos: O, A, OS, AS, UM, UMA, UNS, UMAS. Só oito. Ainda bem. Quer algo mais complicado em matéria de artigo? Procure no italiano. Quanto ao inglês, só possui dois artigos: THE (o, a, os, as) e A (um, uma). Lá não se usam UNS e UMAS. Não parece bem mais simplificado?

Meus caros leitores, pelo amor de Deus não pensem que eu estou defendendo a língua de Shakespeare como uma das mais belas não. Lembrem-se de que o assunto aqui é a simplicidade, a facilidade de se aprender essa língua em oposição à dificuldade do nosso idioma herdado de Portugal. Com toda dificuldade na escrita e na fala formais, a língua falada e escrita no Brasil é a mais linda e mais rica do mundo, com sua mistura de línguas africanas somadas à nossa verdadeira fala: O TUPI-GUARANI. Salve o índio brasileiro! Salve a língua portuguesa do Brasil! Salve a nossa cultura! Mas vamos aprender um pouco das outras línguas, principalmente as mais simples como o inglês, pois aprender a fala de outro povo é adquirir uma nova alma! Alguém já disse isso. Não é coisa minha, não. Quem souber a fonte, favor informar-me.

António Fernando
Enviado por António Fernando em 11/06/2009
Reeditado em 27/12/2009
Código do texto: T1643670
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