As vezes é preciso.

As vezes é preciso chorar uma noite inteira de chuva, engasgar-se consigo, abraçar-se como se fosse a ultima vez, e então na manhã seguinte, com o cheiro de terra molhada, se despedir do seu velho eu.

Mudanças requerem despedidas. De coisas, pessoas, lugares que já não cabem mais no seu mundo.

Insistir no seu velho eu é como apor lembretes na geladeira, de coisas que não se repetirão mais. É por

o futuro no passado pra manter o passado no futuro.

Algumas mudanças são tão profundas que trazem a

sensação de que nos falta um pedaço tirado a força.

Algumas lembranças são tão violentas que assaltam.

Não da pra viver de vai e vem, e eu que não nasci pra ter certeza de nada, resolvi pular. E assim recomeço.

Glauco Medeiros
Enviado por Glauco Medeiros em 30/08/2017
Código do texto: T6099073
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